Capítulo 3

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- Boa tarde! - Pisco sedutoramente, devolvendo o cumprimento de uma das mãe que passam por mim. - Boa tarde! - Pisco para a próxima.

Caminho tranquilamente até a sala da diretora.

- TIO RAFA! - Stella vem correndo em minha direção assim que eu cruzo o corredor.

- Oi, princesinha. - A pego em meus braços, beijo sua bochecha e olho em seus olhos. - Pode me contar o que aconteceu?

- Foi as..

- Senhor Cuervo, boa tarde! - Uma voz melosa e falsamente simpática interrompe o que Stella estava prestes a dizer. - Poderia me acompanhar, por favor?

Busco a dona da voz. Postura elegante, longos cabelos castanhos, rosto muito bem maquiado e um terninho abraçando seu corpo.

Laura Piazano, diretora do colégio, uma senhora muito bonita na mesma medida que puxa saco.

- Depois. - Dou um sorriso forçado em sua direção. - Primeiro vou conversar com a minha sobrinha.

Laura até tenta protestar, mas quando meu olhar fica mais severo, ela se encolhe dizendo que me aguarda na sua sala.

- E então?

Estrelinha passa os próximos dez minutos relatando o ocorrido na hora do intervalo. Fico tonto de tanto que ela mexe suas mãozinhas e gesticula fazendo caras e bocas para me explicar que ela e sua amiguinha, Catarina, são inocentes.

- Mas que filho da p.. Que papagaio! Eu sei que vocês apenas se defenderam, princesinha! - Garanto para minha sobrinha. - Agora o titio precisa ir conversar com a Laura, me espera aqui, combinado?

Ando até a porta de madeira, bato e sem esperar uma resposta, giro a maçaneta.

- Boa tarde, Laura! - Cumprimento educadamente, abrindo meu paletó e me sentando à sua frente.

- Boa tarde! - Quero revirar os olhos com aquela sua voz melosa, mas me contenho. - Não me leve a mal, senhor Cuervo, é sempre muito agradável tê-lo aqui nas dependências do colégio, mas essa situação requer os pais dela e não o tio.

Abro um largo sorriso em sua direção, Laura leva a mão na garganta, parecendo um tanto nervosa.

- Meu irmão e minha cunhada estão em uma viagem.

- Oh, claro. - Ela limpa a garganta. - Acho que vi algo sobre essa viagem nas redes sociais.

Balanço a cabeça devagar, ainda muito interessado em seus gestos.

Laura parece realmente muito nervosa.

- Acredito que sua sobrinha tenha lhe informado o ocorrido..

- Bullyng - interrompo. - Acredito que a palavra certa seja essa, Laura.

- Ora, senhor Cuervo - dá um sorriso sem graça. - Brincadeira de crianças, não seja tão severo.

Ergo uma sobrancelha, surpreso com a sua cara de pau.

- Bom, minha sobrinha veio parar na diretoria. - Estreito o olhar em sua direção. - Quem está sendo severo, afinal?

- Preciso que entenda que não toleramos violência dentro desse colégio, senhor Cuervo.

- Não toleram quais violências? - Questiono cínico.

- Nenhuma! - Responde ofendida.

Tão filha da puta.

- Ah - dou risada - posso saber o motivo do Razzaro não estar aqui? - Vejo o exato momento que ela trava o maxiliar. - Pelo o que eu sei, foi ele quem começou com violência verbal.

FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora