FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2

Capítulo 31

— Ela não acorda nunca.

— Não seja dramático, o acidente foi ontem, o corpo dela precisa de um tempo.

Acidente?

Tento abrir meus olhos, mas não consigo.

— Eu estou aqui, meu anjo. — Sinto um aperto em minha mão, tento retribuir mas é como se meu corpo não me obedecesse.

— Paciência, meu irmão.

Rafael...

Eu juro que tento lutar contra, mas a escuridão me engole.

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— " A noite cai, a chuva traz

O medo e a aflição

Mas é o amor que está aqui dentro

Que acalma meu coração"

— Ela tem que acordar logo — é a voz do Guilherme — Não aguento mais escutar essas músicas.

— Pela misericórdia, ladrão de doces. Troca o disco, por favor. — Alice.

— "Passa o inverno, chega o verão

O calor aquece minha emoção

Não pelo clima da estação

Mas pelo fogo dessa paixão...

Quero sorrir e mais que isso, cantar junto com meu namorado que ignora completamente sua família e segue cantando. Mas não consigo.

Ele está cantando.

Cantando para mim.

Escuridão...

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— Não faz isso Let's, não faz isso. — Escuto Alice implorando.

— Até você, carinho?

— Gui, essa novela é incrível! — Há muita empolgação na sua voz.

— Xiu, bebê loira, agora o Fernando vai chegar. — Meu covarde...

— É a minha cena favorita! — João?

— Ela precisa acordar logo.

Tento sorrir com a frase do Guilherme, mas não consigo. Luto, luto e luto contra a escuridão, mas ela sempre me vence.

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— É tão estranho chamá-la de Angel e não ouvir de volta para eu parar com esse apelido bobo. — Lui!

— Só o tio Rafa pode chamar ela de anjo, papai.

— Por que você acha isso?

— Porque a titia sempre sorri quando ele chama ela de anjo!

Cat, sua pestinha!

Todos dão risada, e eu tento abrir meus olhos, mas é inútil.

Mais uma vez, eu não consigo.

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Dor.

Acho que nunca senti tanta dor em toda a minha vida.

Forço minha mente para entender melhor o motivo dessa dor, pois com certeza tem um, e flashes dançam pela minha cabeça. Carro sem freio, meu desespero, ônibus, buzina, impacto e escuridão.

Eu sofri um acidente.

Devagar tento abrir meus olhos, e diferente das outras vezes, eu consigo.

Pisco várias vezes tentando adaptar minha visão a toda a claridade, e quando finalmente me acostumo, eu o vejo.