Capítulo 50

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Não consigo acreditar quando vejo Evelyn puxar o revólver da cintura do policial e mirar na nossa direção.

Puta que pariu!

— Como voc.. — Empurro Ângela no momento exato que Evelyn atira. — RAFAEL!

A dor é instantânea.

Porra, é uma dor sufocante.

— Eu vou matar essa mulher! — Ouço a voz da minha irmã.

— Não era para acertar nele. Eu só queria tirar aquela mulherzinha das nossas vidas. Por que ele entrou na frente? Por que? — Pow. Outro disparo no mesmo minuto que meu corpo despenca no chão.

— Covarde. — Ângela se arrasta até mim. — Fala comigo, por favor!

— Caralho! — Me contorço quando ela coloca a mão no local do tiro.

— Me desculpa, me desculpa...— Não consigo mais escutar o que ela diz. A dor é enlouquecedora, dominando cada célula do meu corpo como labaredas destruindo por onde passa. 

— Eu nunca imaginei que trazer você para a minha vida fosse te colocar em perigo. — Preciso falar. Sinto uma certeza pulsante que eu não tenho muito tempo. — Se eu pudesse apagar tudo que esses filhos da puta fizeram com você, eu apagaria com toda certeza.

— Cala a boca...

— Me perdoa, anjo. Por favor, me perdoa!

— Para com essa porra... — Coloco minhas mãos em cima das suas e sorrio. 

— Eu amo você, anjo! — A dor que sinto no meu corpo é absurda, mas a dor que sinto na minha alma é sem explicação. Não posso acreditar que nossa história vai acabar assim.

— Não, Rafael.. Por favor, não.

— Escuta. — Imploro. — Você ganhou uma família, não se afaste deles, anjo. Por favor, me prometa.

— Para com isso, Rafael. Você não vai morrer. Nem ouse, caralho. — Grita desesperada.

— Promete, demônia? Por favor. — Um gosto amargo preenche minha boca, um mal-estar me domina e quando percebo tem sangue saindo pela minha boca.

Porra, não vou aguentar por mais tempo.

— Eu prometo. — Soluça. — Por favor, covarde, não me deixe. Não me deixe, por favor. — Ângela implora, tocando meu rosto. Fecho os olhos para apreciar o seu toque em minha pele. Não quero deixa-la, porra. Tento puxar mais ar para os meus pulmões, mas não consigo. Dói pra cacete.

Sinto meus olhos pinicarem, minha visão ficando cada vez mais embaçada.

— Eu te amo, anjo. Você foi o amor da minha vida, lembre-se disso. Obrigado por me permitir destruir cada tijolo que você construiu, e viver ao seu lado momentos tão fantásticos.

Engasgo e sou engolido pela escuridão.

	Engasgo e sou engolido pela escuridão

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FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora