— Tem alguma coisa acontecendo. — só quando as palavras do Átila saem do outro lado da linha, que o atraso de 40 minutos da Ângela me faz ficar em alerta. É natural ela se atrasar no final do plantão. Completamente natural. Mas depois dessa frase.... — O segurança que deixamos de olho no Luiz foi encontrado morto.
— Puta que pariu! — Saio do carro rapidamente, indo em direção à entrada do hospital. Ligo para ela, mas cai na caixa postal. Passo pela recepção e peço para chamarem ela. Alguns minutos depois a recepcionista avisa que Ângela ainda não passou o plantão e que ninguém consegue encontrá-la.
Meu coração que até então eu tentava manter controlado, começa a bater descontroladamente dentro do meu peito.
Mais uma vez, em menos de uma semana, eu me pego abrindo a porra do aplicativo de rastreamento para saber aonde minha mulher está. Diferente da última vez, Ângela não se encontra perto, muito pelo contrário. Engulo em seco quando percebo o pontinho vermelho piscando em direção a rodovia.
Caralho!
— Alice — apesar de estar desesperado para seguir esse pontinho vermelho, tenho um assunto mais importante no momento. — Preciso de você.
******
— As duas estão brincando lá no quarto. Vou ficar de olho nela, ladrão de doces, não se preocupe.
Balanço a cabeça, agradecido. Assim que a percepção me abraçou, só me veio Cat na cabeça. Eu precisava garantir que ela estava bem e fora de perigo, antes de conseguir tomar alguma atitude. Encontrá-la sozinha no apartamento, assustada e chamando pelo pai, foi como receber um soco no estômago.
Ainda não temos muitas informações, mas está claro como dois e dois são quatro que Evelyn pegou Luiz como moeda de troca.
Lógico que Ângela faria qualquer coisa para salvar o irmão. Aquela precipitada do caralho.
— Eu te dei vinte minutos, Átila, seu tempo acabou. — O chefe de segurança me pediu vinte minutos quando percebeu que eu estava prestes a seguir a localização que o rastreador indica.
— O jeito que você e seu irmão tacam o foda-se para todo o treinamento que tiveram é assustador. — Átila me olha sério. Trinco os dentes para controlar minha irritação.
Isso é hora de dar sermão, caralho?
Antes que eu consiga dar uma resposta, meu celular apita indicando que recebi uma mensagem.
O que leio a seguir me faz entrar em pânico:
Oi, meu amor, sentiu saudades?
Espero que sim, porque a vida dessa mulherzinha depende disso.
Fiquei tão magoada quando percebi que colocou seus soldadinhos para me vigiar, Rafa. Mas depois pensei melhor e entendi que era apenas preocupação, não é mesmo?
Como você já deve saber, eu voltei para o Brasil.
Surpresa!!!
Precisei bolar um plano para conseguir fazer essa surpresa incrível. Não queria que desconfiasse de nada.
Sei que está ansioso para me ver, mas aguenta só mais um pouquinho, meu amor, ainda preciso resolver esse problema que você trouxe para dentro da nossa relação.
Eu te conheço, sei que está querendo sua antiga vida de volta, mas é tão gentil que tem medo de magoar essa mulherzinha. Mas não se preocupe, iremos resolver isso juntos.
Eu te ligo, tá?!
Bjs, amo você.
— Puta que pariu! — Ouço minha irmã xingando. — Só por essa mensagem dá para ver o quanto ela está louca.
Dissimulada.
Evelyn está completamente dissimulada.
— Você sempre soube que ela me traria problemas. — Comento, ainda com os olhos naquela mensagem. — Você sempre soube.
Levanto meu olhar encontrando o da minha irmã, cheio de pena. É tão forte que chego a dar um passo para trás, tamanho o impacto do seu olhar.
— Eu sinto muito. — Seus lábios tremem.
Suas lágrimas me falam o que sua voz não consegue. Julinha não queria estar certa, Julinha daria qualquer coisa para não ter razão nesse momento.
Levo minhas mãos na cabeça, completamente perdido. Evelyn sempre esteve um passo à frente.
Evelyn conseguiu passar a perna em uma equipe altamente treinada.
É inacreditável!
É assustadoramente sufocante o pavor que sinto nesse momento.
As lembranças daquela noite me engolem...
— ... E puta que pariu, Rafael, os sinais que eu vou quebrar o seu coração são tão claros quanto aquela água da fonte que eu vejo daqui.
Meus olhos pinicam.
— Mas eu sou tão filha da puta que não consegui ficar longe de você. Eu sinto sua falta, covarde, e mesmo sabendo que isso pode não dar certo e os dois podem sair machucados, ainda sim eu quero tentar e...
Minhas lágrimas caem.
Ângela sempre soube...
— Para de ser uma precipitada do caralho, e deixa de pensar que vamos dar errado antes mesmo de começar, anjo. — digo, ainda com a boca na sua.
— Eu não quero me machucar, covarde. — sopra em meus lábios.
— Você não vai, anjo. Eu prometo!
Começo a correr para fora, ouço ao longe gritarem o meu nome mas eu não paro.
Não consigo.
Subo na moto e acelero, sendo sufocado cada vez mais e mais pela culpa que me consome.
Dói, arde, queima.
Ao trazer Ângela para minha vida, eu automaticamente decidi o seu destino, o nosso destino. E para a minha infinita tristeza, acabo de perceber, tarde demais, que ela tinha razão.
Ângela sempre teve razão.
Mas diferente do que ela previu, não será somente o meu coração quebrado em mil pedacinhos no final...
ooi, meus amores!
Espero q estejam preparados para os seguintes capítulos kkkkkkkk
Um suuuper beijo e até amanhã.
Se gostou deixe seu voto, por favorzinho.
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FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2
RomanceHISTÓRIA COMPLETA + 18 Rafael é fofoqueiro. Ângela é curiosa. Rafael tem a boca suja. Ângela consegue ser pior. Rafael é sem vergonha. Ângela é precipitada. Ângela queria algo. Rafael deu exatamente o que ela queria. Ângela não quer relacio...