Capítulo 10

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Na primavera, calmaria

Tranquilidade, uma quimera

Queria sempre essa alegria

Viver sonhando, quem me dera"

Tá ansiosa? - Meu irmão pergunta, interrompendo meu momento cantora.

- Puta que pariu, demais, Lui.

Hoje é terça-feira, e poderia ser apenas mais uma terça comum, mas não é. Suspiro ansiosa pra caralho.

Ontem recebi uma ligação da J.C Marketing dizendo que eu tenho o perfil ideal para uma campanha que estão trabalhando. Na hora meu coração se acelerou, precisei me controlar para não gaguejar. É a J.C Marketing, porra! Após o moço do outro lado da linha me passar as principais informações, junto com um e-mail detalhado, eu aceitei. Primeiro porque a proposta da campanha é fodidamente incrível. E segundo, rejeitar ser modelo de uma campanha da Julia Cuervo seria uma grande burrice.

É a J.C Marketing, cacete!

- De lá, eu devo ir direto para o plantão, então não se preocupe.

- Com você? - Questiona sério. - Impossível, Angel.

Dou uma risadinha indo atrás da minha mochila.

- Não vi você comendo nada, Ângela. - Prendo a respiração.

Meeeeerda.

- Vai ter café da manhã lá, Lui. - Respondo rapidamente, beijo seu rosto e me apresso indo para saída. - Amo você!

- Se cuida, Angel. Também te amo. - Não me passa despercebido seu tom apreensivo na frase.

Respiro mais aliviada quando fecho a porta do nosso apê.

Lui se preocupa demais comigo, e sei que parte disso é culpa minha.

Chego no ponto de ônibus mordendo o interior da minha bochecha. Não menti completamente para o meu irmão. Sei que em trabalhos assim, sempre tem refeições.

Eu só não vou me dar ao luxo de comer.

Meu contratante deste dia é um divisor de águas para mim, não me perdoaria se não desse o meu melhor. Não posso chegar com o estômago alto.

Entro na fila para subir no ônibus, passo pela catraca e me sento no primeiro banco vago que encontro.

Meu coração está completamente descompensado.

Estou tão ansiosa!

Meu celular vibra:

Lui: Por que caralho você não foi com carro, Ângela?

Pressiono meus lábios para conter uma risada escandalosa.

Eu: Olha a boca, Lui!

Eu: Sabe que não gosto de ir de carro pro plantão, e não sei se daria tempo de ir até em casa e deixar o carro. Achei melhor vir de ônibus mesmo. Já estou quase chegando, não pira.

Preciso comprar meu carro o quanto antes. Acredito que com o pagamento desse serviço de hoje, consigo completar a quantia para comprar o carro que estou namorando a meses.

Lui: Que raiva dessa sua mania de achar que o carro não é NOSSO!

Eu: Isso não é verdade! Já falei porque não usei. Deixa de ser chato, Lui.

Trocamos mais algumas mensagens, ele me deseja boa sorte mais uma vez e nos despedimos.

Desço no ponto quase em frente ao majestoso prédio dos Cuervo.

FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora