FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2

Capítulo 29

― É impossível o dia dar errado quando começa assim, anjo. Impossível!

Rafael se joga ao meu lado, ofegante.

― Concordo! ― Me rastejo pela cama até colocar a cabeça em seu peito.

Estamos na suite da sua mansão, voltamos da chácara ontem a noite. Não é a primeira vez que venho aqui, mas é sempre do mesmo jeito: Meu queixo falta beijar o chão. Primeiro por toda a segurança, depois por toda a burocracia para eu ter acesso a este lugar e por último, porém não menos importante, eu sempre me sinto sendo sugada para um outro mundo.

Como minha pestinha diz: parece coisa de tv.

― João já me mandou duas mensagens. ― Rafael me traz de volta a realidade ― Precisamos encontrar com o pessoal na academia, antes que Átila venha nos tirar da cama, pessoalmente. ― Ele se levanta comigo em seus braços.

― Preciso mesmo começar hoje? ― resmungo. São seis horas da manhã!

Essa noite eu tenho plantão!

― Precisa, anjo. ― Responde, sem dar brecha para discussão.

Suspiro derrotada.

Tomamos nosso banho, nos trocamos e descemos para a academia dele. Depois de passar pela área gourmet externa e pela piscina, avisto toda a galera em frente a uma porta de vidro francesa. E quando eu digo toda a galera, eu quero dizer toda mesmo.

― Isso vai ser um máximo! ― Júlia dá pulinhos de empolgação junto com a bebê dos Cuervo.

― Coloca ela comigo, por favor! ― Alice junta as mãos em frente ao corpo, suplicando para o chefe de segurança deles.

― Vamos com calma, bebê loira. Não queremos assustar a garota.

Prendo um sorriso, fazendo de tudo para o meu rosto continuar neutro. Eles não fazem ideia, mas eu não sou tão leiga no quesito defesa pessoal.

******

Átila está me olhando estranho desde quando ele pediu para eu colocar em prática o que passou mais de quarenta minutos me explicando, usando Alice e Julinha como modelos.

Ele se apresentou, reforçou a importância desse treinamento e disse que a minha segurança chega em uma semana. Ele também disse que é essencial meu treino ser junto com ela, porém, como ela está vindo de outro país, meu treinamento iria iniciar sem ela, e quando ela chegasse correríamos atrás da intimidade que precisamos ter uma com a outra.

― Já treinou alguma vez? ― Átila questiona pela centésima vez.

Essa pergunta tem se repetido na última hora pelo simples fato de eu ter defendido os ataques das meninas de forma tranquila.

― Já disse que não, Átila. ― Falo revirando os olhos.

Não to mentindo, pelo menos não completamente. Eu já tive aulas, não treinamento.

Será a mesma coisa? Eu acho que não.

― Vamos fazer diferente ― ouço o chefe de segurança começar a falar. ― Ângela, quero que você ataque.

Só essa sua frase é o suficiente para os meninos deixarem de lado seus treinos e ficarem em volta do ringue.

― Pensei que as duas primeiras aulas fossem para aprender a se defender. ― Rafael diz confuso e todos concordam, menos os seguranças.

― Pequena ― Átila o ignora e faz o gesto com o queixo para Julia ― troque de lugar com a bebê loira.

― Porque eu to sentindo que não vai ser igual foi com a nossa bebê? ― Júlia murmura, vindo ao meu encontro.