Capítulo 14

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Mostro mais uma vez o gráfico de entradas e saídas, explicando o quanto é possível colocar a ideia do gatão em prática, e de onde sairá o dinheiro para arcar esse projeto e sustentá-lo.

- Maravilha, meu filho! - Papai diz apertando meu ombro.

- Você é o melhor, ladrão de doces. - Meu irmão pisca para mim e pega o celular. Provavelmente indo contar para a nossa bebê a novidade.

Ontem, Guilherme entrou na minha sala dizendo que teve uma ideia e perguntando se seria possível eu analisar nosso orçamento. Ele me pegou de surpresa quando disse que sua ideia era abrir uma creche aqui na matriz, para que as nossas colaboradoras tivessem onde deixar seus filhos, e trabalhassem de forma mais tranquila sabendo que eles estariam por perto, sem ter aquela preocupação em pensar com quem deixar seus filhos.

Achei sensacional a sua ideia, fiz questão de passar a noite organizando uma apresentação para mostrar como aquele projeto era possível.

- A J.C tá dentro, ladrão de doces. - Julinha decreta. - É uma ideia excelente, não só ajuda as meninas como também a empresa, tendo pessoas trabalhando mais satisfeitas.

Balanço a cabeça concordando.

- Se a J.C for participar do projeto ... - Paro de falar quando mais uma vez meu celular toca, a diferença é que dessa vez o que eu leio nele chama atenção. - Gatão, já mostrei como é possível colocar seu plano em prática, agora é com você aprovar o projeto. - Antes que ele pense em dizer algo, eu continuo - Poderia me liberar dessa reunião? Eu tenho algo sério para resolver.

- Claro que sim, pode ir. - Guilherme diz sem exitar.

- Tudo bem, meu filho?

- Sim, nos vemos na chácara.

Hoje é sexta- feira, e desde quando o gatão comprou aquele paraíso, costumamos passar o final de semana lá.

Chego no Hospital Memorial Delacruz, me apresento e logo sou encaminhado ao quarto dela.

- Obrigada por ter vindo, Rafa.

- Você está bem? - Beijo seus cabelos - O que aconteceu, Eve?

Ela me conta que sofreu um apagão enquanto estava no volante, acordou no hospital e mesmo os exames estando ok, o médico só liberaria sua alta na presença de um acompanhante.

- Meus pais estão viajando, não tinha mais para quem ligar.

- Sem problemas, Eve, vou atrás do médico para assinar a sua alta.

Eu e ela sabemos que está mentindo. Mesmo não sendo a pessoa mais simpática e educada que eu conheço, Evelyn tem amigas fiéis, seria só estalar os dedos que elas apareceriam aqui. Teria briga para ver quem assinaria a sua alta. Mas Evelyn não quer nenhuma delas, ela quer eu. Talvez as paranóias da Julinha e da bebê loira não sejam tão paranoias assim.

Já no carro, indo sentido ao condomínio onde ela mora, Evelyn decide tocar em um assunto que não vai acabar bem.

- Tô com saudade de você, Rafa. - Sua voz falsamente doce me dá raiva.

Não respondo, não sinto o mesmo.

- Faz quinze dias desde aquela noite. Você nunca mais me procurou, vai me dizer que está a todos esses dias sem transar?

- Você não é a única com quem eu transo, Evelyn, sabe disso.

Apesar da resposta, eu realmente estava desde aquela noite sem foder, mas ela não precisa saber disso.

- É, eu sei. - sua voz doce dá lugar a uma voz fria. - Seu novo brinquedinho está te satisfazendo tão bem assim ao ponto de não aparecer mais nas nossas orgias?

FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora