Capítulo 28

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Ainda estou apreciando o prazer que senti ao ouvi-la me chamando de namorado.

Que sensação gostosa, porra!

― Diz para o Átila colocar ela de manhã, assim treinamos juntas. ― Nossa bebê fala animada.

Pronto, a sensação de paz vai embora com essa frase da minha cunhada.

― Você não vai chegar nem perto dela, bebê loira.

― Nossa ― o gatão começa ― como as pessoas mudam, não é mesmo?

Reviro os olhos.

― Sei muito bem como a mão da nossa bebê é pesada. ― Ângela que estava com carinha de confusa, agora fica assustada. ― No ringue ela se transforma, de bebê vira uma megera.

― Eu não estou entendendo nada, covarde!

Com certeza não.

― Nos deem licença ― digo me levantando e estendendo a mão ao meu anjo, que nem pensa e a agarra.

― Lembra quando teve essa conversa comigo, Gui? - Minha cunhada diz nostálgica.

― Claro, e também me lembro do Simon interromper o nosso momento.

― João não faria isso, né?

― Com certeza não ― reviro os olhos levando Ângela para a piscina ― Mas eu posso assumir o papel de empata...

As risadas vão ficando distantes à medida que vamos nos afastando.

― Meu Deus ― Ângela nos faz parar no meio do caminho ― É agora que você vai me dizer que são mafiosos, que terei que viver para sempre com você e te dar herdeiros, de preferência homens, para ficar no seu lugar após a sua morte?

É difícil, difícil pra caralho não cair na gargalhada depois dessa sua conclusão ridícula. Mas me controlo.

― Isso mudaria algo entre nós? ― questiono sério, entrando na brincadeira.

― Nadinha ― dá de ombros ― mesmo sendo mafiosos, ainda sim são uma família!

Sorrio no automático, porque sua resposta acionou um alerta na minha mente.

Ela está comigo apenas porque gosta de mim, ou porque tudo que mais deseja, mesmo que inconscientemente, é ter uma família?

― Já não falei para deixar de ser uma precipitada do caralho, demônia? ― Mando esses pensamentos para a casa do papagaio.

― Então fala logo, covarde!

― Não faz isso. ― peço gemendo quando ela começa a empinar aquela bunda gostosa na intenção de se livrar do short.

― Não vou entrar de roupa na piscina, Rafael.

― Preciso conversar sério com você, coisa que não será possível com a imagem do seu corpo perfeito, completamente molhado e seminu na minha frente, anjo.

― Tá bom! ― Sai bufando em direção a uma palmeira, e se senta na sombra.

Me sento ao seu lado e sem mais delongas, solto tudo de uma vez.

― Lembra que ontem você quis saber o porquê de termos uma equipe de segurança tão grande? ― ela balança a cabeça para cima e para baixo ― Os Cuervo são alvos de organizações perigosas desde quando alcançou o topo. Organizações que fazem qualquer coisa por dinheiro. Qualquer coisa, anjo.

Ângela franze o cenho.

― Todos temos treinamento. Sabemos manusear armas, pilotar desde carros e motos a helicóptero, e defesa pessoal. Fomos treinados para centenas de cenários.

FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora