Capítulo 49

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— Tirem os dois daqui. — Rafael não dá chances para discussão. Suas ordens são claras enquanto caminha até o Ícaro.

Engulo o nó que se forma na minha garganta, obedecendo e aceitando a mão da Júlia.

— A boceta dela é boa, não é? — Puta que pariu! Meus pés se pregam no chão quando escuto as palavras do Ícaro. — O cuzinho então, é de outro mundo.

Ofego! Não é possível que ele vai continuar com suas torturas psicológicas.

Ícaro grita, o que desperta minha curiosidade me fazendo olhar para ele. Seu nariz começa a jorrar sangue.

— Vai escolher ela, Rafael? — Evelyn, que até então estava calada, questiona desesperada. Ícaro gargalha.

— Olha para aquele rabo, patricinha. Só um idiota não escolheria aquela negra gostosa. — Posso jurar que vejo o corpo do Rafael tremer antes de avançar no seu alvo. Ele distribui vários socos, bem na boca do Ícaro, sorrindo cada vez que um dente pula, caindo no chão.

Rafael parece sentir prazer.

— Vamos, Ângela. — Júlia toca meu ombro, chamando a minha atenção.

— Pode me bater a vontade, mas você nunca vai conseguir tirar a satisfação que eu tive, deflorando os buracos dela.

Meus olhos começam a lacrimejar.

— Estuprando, seu filho da puta. Você a estuprou. — Rafael explode.

— Foi isso que ela te disse? — Para. Por favor, para. — Ela parecia sentir tanto prazer enquanto gozava no meu pau.

Suas palavras parecem rasgar a minha alma. Sem forças para lutar contra elas, deixo minhas lágrimas deslizarem pelo o meu rosto. Abraço o meu corpo percebendo que minha mente começa a querer se desligar.

— Agora fudeu! — Júlia geme. — André, pega ela.

Balanço minha cabeça de um lado para o outro. Não quero que ninguém encoste em mim. Tudo dói.

— Não é a coisa mais romântica os dois desligarem a porra da mente ao mesmo tempo? — A frase debochada da Júlia chama a minha atenção. Antes que eu caia de vez no precipício da minha mente perturbada, a voz dele me traz de volta.

Ou melhor, a frase que ele solta.

— Também sei dar prazer distorcido, meu amigo. — Um calafrio me toma, não pela sua voz assustadoramente fria, mas pelo seu sorriso sinistro ao segurar um facão.

Quando ele pegou aquela porra de facão?

— Não, por favor. — Soluço, quando André vem ao meu encontro. — Dói.

Vejo claramente quando seu rosto assume a expressão de pena. Meus lábios tremem, pois enxergar isso também dói.

Meeeeerda!

Volto a atenção para os dois no momento que Ícaro tenta acertar um soco no Rafael, obviamente sem sucesso. Meu namorado amarra os braços do Ícaro na cadeira, que grita desesperado. Exatamente como eu já gritei no passado...

— Rafael! — João o chama em sinal de alerta.

Estreito o olhar.

— Ah, qual é, meu amigo? — debocha, girando aquela porra do facão em sua mão. — Não precisa desses gritos todos. Eu sei que você ta gostando. Vou te dar tanto prazer.

Franzo o cenho.

Não. Rafael não vai..

Arregalo os olhos quando ele começa a abaixar as calças do Ícaro, e eu finalmente entendo a sua intenção.

FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora