Capítulo 42

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— Isso é tão adolescente. — Marcela comenta do outro lado da porta.

— Eu nunca tive isso na minha adolescência. — Falo encostada na porta. — Sempre tive vontade de segurar a porta do banheiro para uma amiga.

— Que vontade mais estranha, garota. — Marcela tem um tom de voz divertido quando abre a porta me fazendo desequilibrar. — Você é meio carente, né?

— Pra caralho! — Sorrimos juntas indo lavar as mãos. Ela avisa que Rafael precisou ir para a sua sala resolver o problema que surgiu e me convida para beber mais algumas doses. Eu aceito.

A Seduction está lotada, temos um pouco de dificuldade para chegar até o bar. Ela nunca abandona sua postura de segurança, me deixando entre seus braços e fulminando cada um dos engraçadinhos que mexem comigo.

Após uns dez minutos, uma confusão começa a rolar alguns metros de distância de onde estamos, sempre tem um babaca. Vejo a dificuldade que os seguranças têm para acalmar os ânimos.

— Se fosse você ali, — aponto para a muvuca. — Já teria resolvido tudo com apenas um olhar.

— Sem dúvidas! — Sua resposta prepotente me faz gargalhar.

— Já percebi que você nunca apazigua uma briga. — Estreito o olhar em sua direção.

Marcela parece apreciar um caos.

— Esse não é o meu trabalho. — Dá de ombros.

Suspiro, ela tem razão.

Pouco tempo depois que a confusão se dissipa, decido dançar para me distrair. Rafael está demorando.

— Vem dançar comigo, com certeza isso vai fazer meu namorado aparecer rapidinho. — Falo sapeca puxando-a pelo braço.

Marcela nem oferece resistência e começamos a dançar juntas, o problema é que ela nunca relaxa, parece o tempo todo muito atenta a tudo à nossa volta.

— Cuidado com o degrau, garota. — Me segura pelo braço quando dou alguns passos para trás.

Mordo o interior das minhas bochechas, olho a nossa volta e tenho uma ideia.

— Minha amiga quer dançar com você. — Grito para um carinha que só falta comer minha segurança com os olhos.

— É mentira. — Marcela responde, parecendo entediada.

— Não é não! — Empurro ela para cima dele, mas quem disse que Marcela facilita? Com apenas um olhar dela, o cara dá meia volta e some.

Bufo cruzando os braços dando um passo para trás, esquecendo completamente da porra do degrau. Acabo pisando em falso. Marcela tenta me segurar, mas não chega a tempo.

— Meeeeerda! — Resmungo quando ela me ajuda a ficar de pé. — Acho que torci meu tornozelo, Marcela.

Mordo o lábio com a dor filha da puta. Meu tornozelo nunca mais foi o mesmo depois daquele acidente.

— Vamos colocar gelo. — Me apoio nela pulando em uma perna só até o bar.

Parece que o lugar triplicou de gente, o bar está tão lotado que temos dificuldade de encontrar um cantinho para eu me apoiar. Marcela chama o bartender várias vezes, mas sem atenção.

— Pula o balcão, Marcela. — Sugiro.

— Não vou te deixar sozinha.

— AH, pelo amor de Deus! — Reviro os olhos — Não é como se eu fosse conseguir fugir, né?

— Não é esse o motivo.

— Tem vigilantes por toda a parte, eu tô com muita dor. — Gemo.

Ela parece indecisa, mas sabe que eu estou certa. Logo Marcela faz exatamente o que eu pedi. A galera faz um auê danado, porém, quando ela berra o motivo o pessoal se acalma. Mas como eu já comentei, sempre tem um babaca.

Um homem nitidamente bêbado, pula o balcão e começa a peitar a Marcela.

Coitado! Meu corpo sacode um uma risada. Só sendo muito burro para se meter com ela. Antes que eu consiga ver o desenrolar dessa treta, um moço pisa no meu pé.

— Oh, cacete! — Resmungo.

— Sinto muito, moça. — Sua voz trêmula me chama atenção.

Ele parece ser tão novo, daria uns 18 anos. Seu semblante assustado me deixa com dó.

— Tudo bem. — O acalmo.

— Eu sinto muito, de verdade! — Entendo tarde demais que sua reação não tem nada haver com o pisão em meu pé.

Sinto uma fisgada em meu braço, olho para o local e vejo-o guardando uma seringa.

Um calor começa a me dominar, pisco várias vezes sentindo minha visão começar a ficar embaçada, a confusão no bar parece ter tomado uma proporção enorme e logo braços me cercam.

Tento focar na pessoa mas não consigo, parece que quanto mais eu me esforço para fazer algo, mais cansada e confusa eu fico. Sinto colocarem alguma coisa em meus braços.

Um casaco?

Depois mãos mexem em meus cabelos e fios deslizam pelo meu pescoço.

Uma peruca?

Meu coração começa a acelerar.

Puta que pariu!

Tento lutar, tento gritar, mas meu corpo não me obedece.

Porra, o que está acontecendo?

A pessoa cola nossos corpos e começa a nos sacudir, como se tivéssemos dançando.

Caralho, eu fui dopada?!

Mas que porra!

Tento novamente falar, lutar, gritar. Mas nada acontece. Nada!

Só quando sou colocada dentro de um carro que a ficha cai:

Estou sendo sequestrada...

Meeeeeerda!

Oooi, meus amores!

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Oooi, meus amores!

Nem tudo é o que parece... Foquem nisso para acalmar os corações hahaha

Um suuuper beijo e até amanhã!

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FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora