Capítulo 54

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Entro de mãos dadas com dona Malu, que sorri com tanta ternura que me pego suspirando.

Ângela e eu decidimos por uma cerimônia bem íntima. Dou uma piscadinha para Fran. Nada de figurões da moda ou do mundo empresarial. Queremos nesta manhã apenas pessoas que marcaram a nossa história. A imprensa está enlouquecida. Um bando de urubus em cima da gente. Depois de passarem meses sexualizando a imagem da minha mulher, hoje só faltam lamber o chão que ela pisa. Esse mundo tem hora que me dá nojo.

Mamãe me dá um beijo e faz o caminho de volta, para logo em seguida, ela e seu Fernando desfilarem com sorrisos contagiantes. Melhores pais do mundo, porra!

Depois Julinha e Luiz caminham emocionados em minha direção. Os dois são lindos juntos. Formariam um casal foda, mas apesar de saber que já se pegaram, os dois são apenas bons amigos.

― Cara, se prepara! — Meu cunhado faz um alerta, me abraça e faz o caminho de volta. A próxima vez que ele passar por esse caminho será para entregar a minha mulher.

― Do tamanho do universo!

― Do tamanho do universo! ― Beijo a testa da minha irmã.― Ela vai me matar, né?

Julinha se afasta dando risada.

Logo é a vez do meu casal de padrinhos. Guilherme e nossa bebê exalam amor por onde passam. Alice tem o nariz vermelho, pelo choro provavelmente, e o gatão com olhos brilhando, com lágrimas presas.

Meus lábios tremem. Eu amo demais esses dois.

― Você encontrou a sua princesa, principe! ― minha cunhada sussurra enquanto me abraça. ― Você sempre será o melhor irmão que eu poderia ter. Amo você, ladrão de doces.

Porra!

― Eu amo você, bebê loira. Para sempre!

― Do tamanho do universo, irmão! ― O gatão se junta a nós no abraço.

― Do.. ― respiro fundo para controlar essa emoção do caralho. ― do tamanho do universo.

Conversei muito com meu pai e o gatão sobre esse momento, mas nenhum dos dois conseguiram descrever o nível de emoção que sentimos.

É emoção demais, porra!

— Caralho... — Levo a mão fechada nos meus lábios, tentando conter as lágrimas que insistem em cair com a cena que se desenrola.

Minhas duas princesinhas caminham juntas pelo tapete vermelho, jogando da forma mais delicada que eu já vi, as pétalas de rosas. O sorriso estampado no rosto das duas é contagiante.

— Tia Angel tava vomitando. — Cat faz questão de dedurar a tia. — Mas deve tá tudo bem, porque o papai nem brigou com ela.

— O tio Lui tava até sorrindo, né, amiga? — Stella completa.

— Pela misericórdia, é uma mais fofoqueira que a outra.

— Não já conversamos sobre fazer fofoca, floquinho? — O Gatão questiona a filha.

— Já, papai. Fofocar é feio, por isso que eu não faço fofocas. — Da de ombros indo ficar ao lado dos pais, mas antes, minha princesinha faz o que sabe fazer de melhor... — Não precisa ficar com nojo, a tia Angel escovou os dentes depois.

Stella solta essa bem na hora que a música para, fazendo o lugar explodir em gargalhadas.

Essa é a minha estrelinha, nos fazendo rir em qualquer situação.

Não tenho tempo de ficar preocupado com aquela informação, logo as primeiras notas da música que indica a entrada da minha filhote de demônio preenche o lugar. Meus olhos voam para a entrada daquele corredor que parece ter triplicado de tamanho, ansiosos e embaçados.

FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora