Capítulo 51 PARTE 2

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ATENÇÃO: Alerta de gatilho.

— O que você descobriu, João?

Meu amigo parece inquieto desde que voltou da Seduction com uns documentos que eu precisava assinar, e ele só fica assim quando tem fofocas.

— Passei na Cuervo depois da boate. — Arqueio uma sobrancelha, confuso pra caralho com essa sua conversa. — O seu irmão logo vai chegar e..

— Eu sabia que você não ia conseguir guardar essa língua dentro da boca, João.

Meu irmão invade o meu escritório interrompendo as palavras do meu amigo.

— Ainda bem que você chegou. — João parece muito aliviado. — Eu não ia conseguir me aguentar por mais tempo.

— Mais tempo? Não tem nem meia hora que você saiu da Cuervo, João.

— E já posso te garantir que bati meu recorde!

O gatão coloca suas mãos na cintura, completamente descrente com o comentário do meu amigo.

— Qual a fofoca da vez? — Decido cortar aquele bate boca sem fundamento.

Somos um bando de fofoqueiros e isso nunca vai mudar.

— Preciso checar o que André e a pequena estão fazendo. — João nem dá tempo de protestar e se vai.

— Que porra está acontecendo? — João ama uma fofoca. Se ele não quis ficar para ver a minha reação...

— Não tem um jeito fácil de falar isso e eu não vou ficar floreando. — Guilherme tira um envelope do seu paletó, antes de se sentar na cadeira à minha frente. — Nossa equipe de advogados que está cuidando do caso do sequestro e tentativa de assassinato, recebeu a visita do advogado da Evelyn.

Arqueio a sobrancelha, surpreso.

— Já marcaram o julgamento?

Achei que fosse demorar mais algumas semanas. Julinha meteu uma bala na direção da Evelyn que mesmo de raspão, fez um estrago e tanto no seu rosto. Preciso nem dizer que André fez questão de assumir a culpa, né? O mosca morta do delegado e sua equipe nem discutiram já que sabiam que foram completamente relapsos na abordagem da Evelyn. Ainda é um mistério como imagens dela vazaram na internet, dando munição para o povo massacrá-la.

— Evelyn morreu, Rafa.

Pisco em choque por alguns segundos.

— O que? — arrasto a cadeira para trás, um pouco desnorteado com a informação. — Como assim?

— Ela foi encontrada essa manhã com uma escova de dente enfiada na jugular.

Me levanto engolindo em seco.

Mas que caralho!

Porra!

— Mas como? — Meu cérebro parece não conseguir processar a informação.

— Ou ela derreteu o cabo da escova ou raspou até ficar pontiagudo e ent..

— Para. — Corto sua explicação. — Eu sei como se faz um objeto pontiagudo, Guilherme.

Minha voz sai baixa, bem baixa.

O suspiro do meu irmão me faz olhá-lo.

— Ela deixou uma carta para os pais. — Fecho os olhos com pesar. — E outra para você.

Esfrego minhas mãos no meu rosto, jogando a cabeça para trás.

Ela deixou uma carta para mim.

Que porra!

FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora