Capítulo 4

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- Filho?

- Shiiiii! - Peço silêncio para mamãe, puxando-a para ficar na mesma posição que eu. Agachado.

- O que você está fazendo? - Questiona baixinho, bastante interessada!

- Olha isso! - Aponto para a cena que se desenrola pela fresta da porta que estamos usando como esconderijo.

- Sua irmã no telefone? - Diz confusa.

- Minha irmã discutindo no telefone.

Mamãe observa melhor. Vejo o momento que a compreensão cai sobre ela.

- Minha filha é incrível até discutindo em uma ligação, em?! - Reviro os olhos para o seu comentário.

Eu sou ciumento, porra!

- Julinha ama uma discussão, meu amor. Não to entendendo o seu interesse nisso.

- Caralho em, dona Malu. - Ela ergue uma sobrancelha, parecendo entediada. - Se parasse de babar na sua princesinha, teria visto..

- André um pouco mais a frente dando pitaco em tudo que ela diz.

Estreito meu olhar.

- Não acha isso estranho? - Mexo as sobrancelhas sugestivamente.

Mamãe pende a cabeça para o lado, observando os dois.

- Não deve ser nada demais!

- Sabe de algo, dona Malu? - Pergunto animado. Faz tempo que não temos umas fofocas significativas por aqui.

- Sei que se soubesse, não te contaria, seu fofoqueiro!- Levanta dando risada. - Agora vamos, o jogo já começou.

Faço uma careta.

Sou fofoqueiro mesmo!

- Papai me daria razão. - Provoco, enquanto a sigo para a sala de tv.

- Até eu entrar em cena. - Rebate cheia de prepotência, pois sabe que tem razão. Seu Fernando é um cadelinho dela.

- Quando eu descobrir o que tá rolando, não vou te contar. - Ameaço, me jogando no sofá.

- Duvido!

Minha moral é zero nessa família.

O jogo foi um fiasco. Eu e mamãe terminamos aquela noite puto pra cacete com o nosso time.

- Por que vocês não trocam de time, vovó? - Arregalo meus olhos levando uma mão até o peito.

Minha sobrinha não tem noção da dor que essa frase acabou de causar.

- Não é assim que funciona, estrelinha. - Mamãe diz, assim que consegue controlar sua crise de riso.

- Ser torcedor é coisa séria. É tipo um casamento. Na alegria e na tristeza, princesinha. - Explico.

- Mas viver de tristeza não é legal, sabe?

- Put..

- Rafael! - Papai me corta, morrendo de rir com o comentário da sua neta.

Claro que ele tá rindo. Não é do time dele que Stella tá zoando. Mesmo que seja inocentemente.

- Papagaio! É a minha deixa. - Me levanto. - Te amo, princesinha! - Fecho os olhos quando seus bracinhos circulam meu pescoço.

- Te amo, titio! - Hoje é a noite dos meus pais ficarem com a nossa estrelinha e o mascote da família.

Me despeço dos meus pais, faço um carinho no Mingau e vou em direção a cozinha.

Faço o de sempre, abro o pote cheio de chocolates e encho meus bolsos com aquilo.

- Tá indo para onde? - Julinha pergunta assim que piso na área externa.

- Trabalhar! - Beijo seus cabelos e começo a ir em direção ao meu carro.

- Vou junto! - Paro no mesmo instante.

- Vai me explicar agora ou depois sobre esse seu súbito interesse em viver na minha cola, Julinha?

Ela dá uma risadinha sapeca.

- Se eu te contar o que estava falando no telefone enquanto você e a mamãe espiavam atrás da porta, você esquece essa sua pergunta?

Sorrio animado.

- Com certeza!

- Meu novo ginecologista é um babaca, que tem me dado uma dor de cabeça do caralho. - Antes que eu fale qualquer coisa, ela já se adianta. - Não é nenhum babaca nesse sentido que você tá pensando. É só que ainda não me adaptei a ele. Só isso!

Faço uma careta, me arrependendo por alguns segundos de ser tão curioso.

Detalhes demais porra.

- Se precisar que eu te acompanhe em alguma consulta. - Pisco. - Vamos!

Passo meu braço sobre seus ombros e nos conduzo até o meu carro, mas algo me vem a mente.

- Por que André estava participando da conversa, Julinha? - Seu corpo começa a sacudir.

Ela tá rindo.

Ela tá gargalhando da minha cara de desconfiado.

- Porque todos os homens da minha vida são fofoqueiros e intrometidos.

- Homens da sua vida? - Minha voz até falha.

- Ele é meu amigo e meu segurança, ladrão de doces. - Revira os olhos.

Sua explicação não me convenceu.

Não me convenceu caralho nenhum.

Tem coisa ai...

- Não vou encontrar com a Evelyn hoje. - Comento quando estamos na metade do caminho.

- E só me fala isso agora?

- Então é isso? - Dou risada. - Sua missão é empatar todas as minhas fodas?

-  Só as que ela está no meio. Eu não tenho culpa que você mete essa mulher em todas. - Dá de ombros.

- Meto mesmo, - suspiro - meto pra caralho!

- Francamente, Rafa - bufa. - Tanta mulher por aí...

Escolho ligar o som e começar a cantar a música que toca. Não vou entrar em um discussão com a minha irmã. Não sou louco. 

Para a alegria da minha irmã e minha total dor de cabeça, três dias depois meu corpo se rendeu completamente para outra mulher...


Ooooi, meus amooores!!

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Ooooi, meus amooores!!

Tudo blz por aí? Dessa vez, eu mesma vou falar: Próximo capítulo nossa mocinha da boca suja vai fazer uma visitinha na Seduction...

Já panfletaram " FOI AQUELE OLHAR"? 

Um suuuper beijo!!!

Se gostou, deixe seu voto, por favorzinho. 

FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora