- Filho?
- Shiiiii! - Peço silêncio para mamãe, puxando-a para ficar na mesma posição que eu. Agachado.
- O que você está fazendo? - Questiona baixinho, bastante interessada!
- Olha isso! - Aponto para a cena que se desenrola pela fresta da porta que estamos usando como esconderijo.
- Sua irmã no telefone? - Diz confusa.
- Minha irmã discutindo no telefone.
Mamãe observa melhor. Vejo o momento que a compreensão cai sobre ela.
- Minha filha é incrível até discutindo em uma ligação, em?! - Reviro os olhos para o seu comentário.
Eu sou ciumento, porra!
- Julinha ama uma discussão, meu amor. Não to entendendo o seu interesse nisso.
- Caralho em, dona Malu. - Ela ergue uma sobrancelha, parecendo entediada. - Se parasse de babar na sua princesinha, teria visto..
- André um pouco mais a frente dando pitaco em tudo que ela diz.
Estreito meu olhar.
- Não acha isso estranho? - Mexo as sobrancelhas sugestivamente.
Mamãe pende a cabeça para o lado, observando os dois.
- Não deve ser nada demais!
- Sabe de algo, dona Malu? - Pergunto animado. Faz tempo que não temos umas fofocas significativas por aqui.
- Sei que se soubesse, não te contaria, seu fofoqueiro!- Levanta dando risada. - Agora vamos, o jogo já começou.
Faço uma careta.
Sou fofoqueiro mesmo!
- Papai me daria razão. - Provoco, enquanto a sigo para a sala de tv.
- Até eu entrar em cena. - Rebate cheia de prepotência, pois sabe que tem razão. Seu Fernando é um cadelinho dela.
- Quando eu descobrir o que tá rolando, não vou te contar. - Ameaço, me jogando no sofá.
- Duvido!
Minha moral é zero nessa família.
O jogo foi um fiasco. Eu e mamãe terminamos aquela noite puto pra cacete com o nosso time.
- Por que vocês não trocam de time, vovó? - Arregalo meus olhos levando uma mão até o peito.
Minha sobrinha não tem noção da dor que essa frase acabou de causar.
- Não é assim que funciona, estrelinha. - Mamãe diz, assim que consegue controlar sua crise de riso.
- Ser torcedor é coisa séria. É tipo um casamento. Na alegria e na tristeza, princesinha. - Explico.
- Mas viver de tristeza não é legal, sabe?
- Put..
- Rafael! - Papai me corta, morrendo de rir com o comentário da sua neta.
Claro que ele tá rindo. Não é do time dele que Stella tá zoando. Mesmo que seja inocentemente.
- Papagaio! É a minha deixa. - Me levanto. - Te amo, princesinha! - Fecho os olhos quando seus bracinhos circulam meu pescoço.
- Te amo, titio! - Hoje é a noite dos meus pais ficarem com a nossa estrelinha e o mascote da família.
Me despeço dos meus pais, faço um carinho no Mingau e vou em direção a cozinha.
Faço o de sempre, abro o pote cheio de chocolates e encho meus bolsos com aquilo.
- Tá indo para onde? - Julinha pergunta assim que piso na área externa.
- Trabalhar! - Beijo seus cabelos e começo a ir em direção ao meu carro.
- Vou junto! - Paro no mesmo instante.
- Vai me explicar agora ou depois sobre esse seu súbito interesse em viver na minha cola, Julinha?
Ela dá uma risadinha sapeca.
- Se eu te contar o que estava falando no telefone enquanto você e a mamãe espiavam atrás da porta, você esquece essa sua pergunta?
Sorrio animado.
- Com certeza!
- Meu novo ginecologista é um babaca, que tem me dado uma dor de cabeça do caralho. - Antes que eu fale qualquer coisa, ela já se adianta. - Não é nenhum babaca nesse sentido que você tá pensando. É só que ainda não me adaptei a ele. Só isso!
Faço uma careta, me arrependendo por alguns segundos de ser tão curioso.
Detalhes demais porra.
- Se precisar que eu te acompanhe em alguma consulta. - Pisco. - Vamos!
Passo meu braço sobre seus ombros e nos conduzo até o meu carro, mas algo me vem a mente.
- Por que André estava participando da conversa, Julinha? - Seu corpo começa a sacudir.
Ela tá rindo.
Ela tá gargalhando da minha cara de desconfiado.
- Porque todos os homens da minha vida são fofoqueiros e intrometidos.
- Homens da sua vida? - Minha voz até falha.
- Ele é meu amigo e meu segurança, ladrão de doces. - Revira os olhos.
Sua explicação não me convenceu.
Não me convenceu caralho nenhum.
Tem coisa ai...
- Não vou encontrar com a Evelyn hoje. - Comento quando estamos na metade do caminho.
- E só me fala isso agora?
- Então é isso? - Dou risada. - Sua missão é empatar todas as minhas fodas?
- Só as que ela está no meio. Eu não tenho culpa que você mete essa mulher em todas. - Dá de ombros.
- Meto mesmo, - suspiro - meto pra caralho!
- Francamente, Rafa - bufa. - Tanta mulher por aí...
Escolho ligar o som e começar a cantar a música que toca. Não vou entrar em um discussão com a minha irmã. Não sou louco.
Para a alegria da minha irmã e minha total dor de cabeça, três dias depois meu corpo se rendeu completamente para outra mulher...
Ooooi, meus amooores!!
Tudo blz por aí? Dessa vez, eu mesma vou falar: Próximo capítulo nossa mocinha da boca suja vai fazer uma visitinha na Seduction...
Já panfletaram " FOI AQUELE OLHAR"?
Um suuuper beijo!!!
Se gostou, deixe seu voto, por favorzinho.
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FOI AQUELA ATRAÇÃO - SÉRIE CUERVO - LIVRO 2
RomanceHISTÓRIA COMPLETA + 18 Rafael é fofoqueiro. Ângela é curiosa. Rafael tem a boca suja. Ângela consegue ser pior. Rafael é sem vergonha. Ângela é precipitada. Ângela queria algo. Rafael deu exatamente o que ela queria. Ângela não quer relacio...