|14| Breaking down

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Alguns dias se passaram e nesse meio tempo eu não consegui perguntar a Jisung sobre a pessoa que nos observava na faculdade.

Tudo porque ele estava completamente diferente do habitual. O garoto se perdia em pensamentos muito facilmente, levava as almas pra um lugar completamente aleatório e pra piorar, foi em direção de um espírito maligno.

Tive que sair às pressas pra salvá-lo antes que algo ruim acontecesse.

Trabalho. Foi o que Jisung me deu durante esses poucos dias, ele com certeza vai ficar devendo alguma coisa pra mim.

E finalmente chegou quinta-feira.

A manhã foi repleta de chuva, mostrando que mais uma vez a televisão estava certa ao noticiar a previsão do tempo para os próximos dias.

A chuva cessou a tarde, mas as nuvens cinzas diziam que isso não acabaria tão cedo. O resto do dia tirei pra resolver algumas coisas da empresa que só poderiam sair do papel com a minha assinatura.

Agora em minha sala do prédio da empresa em Seul, discuto alguns assuntos com a gerente e minha secretária que veio de Busan.

— Agora que já resolvemos os assuntos de mais urgência, - a secretária Jang pega o tablet e a gerente sai da sala. — eu trouxe o que me pediu. Aqui tem algumas instituições que precisam de ajuda.

Ela estica o tablet e eu o pego para ver, enquanto vou passando pelas informações ela continua falando:

— Da última vez nosso projeto ajudou pelo menos trinta lares de idosos nas regiões de Seul, Busan e Daegu.

— Certo, essas instituições infantis são de quais regiões?

Enquanto ela me explicava sobre tudo, meus pensamentos vagavam para a noite em que encontrei Felix.

— Dentre todos esses que estão aqui, - a interrompo e aponto para o tablet. — quantos são orfanatos?

— Temos pelo menos dez dentro dessa pesquisa.

Balanço a cabeça e cruzo a perna, me encostando no sofá.

— Ache pelo menos vinte orfanatos para entrarem no nosso projeto social. 

— Certo, senhorita Yurim. - ela digitaliza algo e se volta para mim. — E sobre as outras instituições? Devemos cancelar?

— Não é necessário. - olho meu relógio de pulso e me levanto. — Pode aprovar todos.

A secretária Jang se levanta junto e pigarreia.

— São em torno de trinta instituições, mais os vinte orfanatos que incluiremos… é o maior número de projetos que já aprovamos até hoje.

— E então? - pergunto pegando minha bolsa.

— Nada. - ela sorri. — Farei um documento e mandarei para o jurídico, quando tudo estiver pronto te mando para poder assinar.

Assinto com a cabeça, Jang é meu braço direito e faz tudo certo como eu sempre quero.

Ela se curva e eu saio do prédio vendo que já estava escuro e chuviscava. Suspiro pesadamente, me sentindo péssima só de pensar nas almas que terei que ajudar em meio a chuva.

E sem Jisung pra fazer o trabalho pesado.

Compro um guarda-chuva novo numa loja de conveniência perto da praça e o guardo no porta-luvas do carro.

Eu até havia me esquecido como as almas ruins apareciam com mais facilidade quando o tempo estava assim. A noite e o começo da madrugada foi uma correria, eu me virava em duas pra cuidar dos mortos que reencarnariam.

So Long | Han Jisung |Onde histórias criam vida. Descubra agora