Certo, eu disse pra mim mesma não vir. Eu me convenci a noite inteira que não deveria interferir nisso.
Mas ainda assim, Minho estava com Han.
Como poderia deixá-lo sozinho com essa pessoa que eu sequer conheço? Então eu como a quase guardiã de Jisung decidi segui-los, mas é claro que para eles eu não estarei lá. Se Changbin me mandou cuidar dele, então ficarei invisível mesmo sabendo que é proibido usar isso se não for para ceifar vidas.
Mas eu nunca dei a mínima importância pra Changbin e nem pra regras. E também não é a primeira vez que faço isso.
Eu já estava dentro do carro estacionado perto do Palácio mais importante da Coréia do Sul: Gyeongbokgung. Tentava não olhar muito pra ele, mas seria impossível já que eu entraria lá.
O que estou fazendo aqui? Prometi a mim mesma que não pisaria mais nesse lugar nem se fosse amarrada, mas aqui estou. Sem coragem nem pra encará-lo.
Minha atenção é voltada ao ônibus que acabou de parar no ponto, vejo Minho e Jisung descerem juntos e os dois atravessam a rua, entrando pelo grande portão.
Inspiro e expiro pesadamente sentindo meu coração acelerar pela ansiedade.
Desço do carro e ando até um dos três portões, parando por alguns segundos sem conseguir me mover do lugar. Chacoalho a cabeça e me forço a dar o primeiro passo e adentro.
Haviam alguns turistas e alguns coreanos tiravam fotos, vejo os garotos mais pra frente e antes de ir atrás deles saio de cima do caminho que era usado apenas pela realeza.
Ao me aproximar começo a andar lentamente, deixando-os mais à frente. Eles pareciam conversar animadamente enquanto meu estômago revirava mostrando que minha ansiedade só aumentava.
Os dois entram no pátio da sala do trono, onde eram feitas cerimônias, coroações e recepções de pessoas importantes.
Essa seria minha primeira vez vendo pessoalmente um lugar que era proibido para mulheres e plebeus. A não ser que fossem julgados por um crime terrível, é claro.
Subo as escadas de pedra e passo pela porta de madeira, tendo a visão de uma grande sala antiga com desenhos vermelhos e dourados.
E o famoso trono real alguns níveis acima do chão, sendo sustentado por pequenas escadas.
O trono realmente exalava poder, mas o de Changbin parecia muito mais poderoso. Talvez por ele ser uma divindade.
— Uau, - Minho exclama admirado. — dá pra imaginar viver como um rei?
— Não. - Han torce o nariz.
— Acho que seria incrível! - ele sorri ficando mais perto do trono. — Se bem que acho que eu me daria melhor como guarda real, o que me diz?
Jisung ri ao ouvir e Minho se junta a ele.
— Você não aguentaria um minuto contra a pessoa mais fraca do mundo. - Han diz rindo.
— Yáh! Nunca se sabe, né? Eu poderia muito bem ter sido forte numa outra vida, se é que esse negócio de reencarnação existe mesmo.
— Q-quê?
Balanço a cabeça ao ver Jisung ficar nervoso com algo tão idiota. Parece até que Minho o encurralou contra a parede.
— Acho que você daria um bom rei, Sung.
— De jeito nenhum! - o outro chacoalha as mãos nervosamente. — Eu nunca serviria pra isso.
Saio da sala do trono e fico esperando-os do lado de fora. De fato, ser rei não é algo pra qualquer um.
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So Long | Han Jisung |
FanfictionKo Yurim é uma ceifadora há pelo menos quinhentos anos. Como punição por sua vida pecaminosa, sua única chance de reencarnar foi lhe dada pelo rei das divindades; a tarefa de guiar almas perdidas como forma de pagar a sua dívida. Sem estar viva nem...