Eu não podia acreditar no que estava vendo, como isso é possível?
— Finalmente chegou. - Felix sorri, mas seu semblante era totalmente diferente do que eu costumava ver, era assustador. — Achei que teria que fazer essa linha virar cinzas.
Em sua mão estava o isqueiro que Yuna me deu, arregalo os olhos e sinto meu estômago revirar.
Como ele conseguiu isso?
— Pois é, você não é tão esperta quanto pensa. - ele ri alto dando alguns passos pra frente. — Acontece que encontrei esse isqueiro no seu quarto, no mesmo dia que joguei a praga no seu grampo. - o rosto de Felix parecia triste, apesar de saber que não passava de deboche. — É uma pena que não tenha enlouquecido pra sempre.
Ele que jogou a praga, não o Minho. Mas… no dia em que esteve na minha casa? No dia em que me visitou junto de Han?!
— Você é Kud. - digo tentando me convencer de que essa era a verdade. O garoto que se fazia amigo, que dava suporte para Jisung sempre que ele precisava.
— Não sabe quanto tempo esperei pra acabar com vocês de vez. - ele range os dentes e sinto o ódio saindo dele apenas ao encarar seus olhos. — Desde a primeira vida dele.
Felix puxa o cabelo de Jisung trazendo sua cabeça para trás, o garoto arfa apesar de estar com a boca amordaçada.
— Tire suas mãos imundas do Han. - digo com ódio, pronta pra avançar nele mesmo sabendo que não tinha chance.
Kud ri alto puxando ainda mais os fios de cabelo dele, e então o solta.
— Ainda não o chama pelo nome?
— Han, eu vou tirar vocês daqui. - ignoro Kud, que continuava rindo. — Apenas confie em mim, entendeu?
O garoto afirma, podia ver o quão assustado ele estava.
— Não sabe o quanto foi divertido acompanhar vocês. - ele fala parando de rir. — Mas sabe o que é mais engraçado nisso tudo? Eu vi você matar a rainha achando que Jisung havia exterminado sua família inteira, mas devo te contar uma coisa? Você foi a única que desgraçou a vida dele. E eu fiz questão que se lembrasse daquele dia pra sempre, toda vez que tentava se livrar daquele grampo eu o colocava de volta em sua vida.
Fico calada sem saber o que dizer, minha boca seca me mostrava o quão atordoada estava com tudo isso.
— Ainda não percebeu? Eu estava lá por todo esse tempo, ao lado desses dois. - ele aponta para Han e Minho. — Vocês checaram as memórias da primeira vida, devo admitir que foi inteligente… mas apenas deixaram Minho mais suspeito, enquanto eu passava despercebido. Fiz questão de rondar Minho para que ele ficasse com a aura podre como a de Jisung, assim vocês desconfiariam mais dele. É uma pena que não tenham visto o passado do Minho, não é? Caso contrário, poderiam ter descoberto que eu o usei para que ele manipulasse Jisung com meus poderes, igual fiz quando matei aquela garota na faculdade. Assim como comecei os boatos sobre ele ser amaldiçoado, quando joguei lixo e animais mortos na frente do quarto dele, e até deixei um livro pra ele sobre você, a sétima princesa.
Meu corpo tremia a cada palavra que saia de sua boca, então afinal o Jisung antigo nunca fez aquilo por conta própria, ele foi usado por Felix por todo esse tempo.
Tudo o que acreditava ser verdade passou a ser mentira, eu o condenei em sua primeira vida e agora nessa o culpei por tudo que acreditava ser seus pecados passados.
As lágrimas se formam em meus olhos, mas não as deixo cair. Não daria esse gosto à ele.
— Eu manipulei o primeiro rei e o tornei tirano, fiz com que ele fizesse todas as minhas vontades. Quando não servia mais pra nada, o matei… foi fácil fazer as pessoas acreditarem que ele estava doente. - Felix parecia entediado, mas podia ver seu sorriso zombeteiro no canto dos seus lábios. — Depois disso minha próxima vítima era Jisung que havia se tornado o mais novo rei, mas você se intrometia em tudo. Dava sua opinião e pedia a ele que ajudasse os outros, como ele estava apaixonado, fazia tudo por você.
VOCÊ ESTÁ LENDO
So Long | Han Jisung |
FanfictionKo Yurim é uma ceifadora há pelo menos quinhentos anos. Como punição por sua vida pecaminosa, sua única chance de reencarnar foi lhe dada pelo rei das divindades; a tarefa de guiar almas perdidas como forma de pagar a sua dívida. Sem estar viva nem...