Estava sentada no sofá enquanto encarava o grampo de cabelo, uma hora já tinha se passado e a cada segundo eu ficava mais ansiosa e preocupada com Han.
Não sei se ele gostaria de me ver agora.
Suspiro novamente, tentando reunir coragem pra ir atrás dele. Tenho medo, medo de como ele está reagindo depois de tudo isso, medo de como ele se verá daqui em diante.
Medo de não ver mais seu sorriso.
Chacoalho a cabeça tentando tirar esses pensamentos pessimistas da mente, era tudo tão complicado… Jisung passando tantas vidas horríveis como se estivesse num ciclo sem fim, o que será que os céus estão reservando para ele? Além é claro, de uma divindade corrompida o perseguindo por aí, sem sabermos o porquê.
E ainda por cima, não havia tido notícias do Bang Chan e de Seungmin.
Guardo o grampo no bolso da frente da calça e me levanto, ficar parada não adiantará, decido ir até o quarto e bato na porta, escutando um resmungo vindo de dentro. Abro e vejo Jisung sentado na cama com os joelhos dobrados e a cabeça encostada entre eles.
Caminho e me sento lentamente ao seu lado.
— Han… - o chamo baixo e ele funga, demorando alguns segundos pra me responder.
— Agora eu sei - ele engole seco, ainda sem me encarar. — porque nunca me chama pelo meu nome.
Passo a mão em seu cabelo, fazendo-o levantar um pouco a cabeça. Mas ainda assim, ele encarava a parede.
— Eu destruí a vida de todo mundo.
— Não foi você. - falo seriamente. — Han, não leve pro coração; aquilo que viu era só uma memória que não te pertencia.
— Era eu, Yurim. Não importa se em outra vida, como pude fazer aquilo com tantas pessoas? Como fiz aquilo com você?!
— Não importa o que diga, eu continuarei te fazendo entender que você é o Han Jisung bom, o Jisung que eu gosto. - falo e ele por fim me encara. — E bem, você sabe… Não sou tão boa quanto acha que sou.
Ele balança negativamente a cabeça e diz amarguradamente:
— Eu não seria feliz sem você, mas você seria mais feliz sem mim.
— Está errado, - falo passando a mão em seu cabelo. — eu não seria feliz sem você.
— Você é tudo o que eu preciso. - Han diz e sinto meu coração balançar, sorrindo pra ele. — Mas eu não mereço te ter.
— Você também é tudo o que preciso, é exatamente o que eu procurava. - Jisung me encara, limpando as lágrimas. — Eu escolhi o caminho que tomei, escolhi ter feito tudo aquilo… mas você não. A benção de reencarnar nos permite viver uma vida em que os pecados passados não passam disso… do passado que não pertence ao nosso eu atual. Sei que vai levar tempo pra assimilar tudo o que viu, mas eu vou te lembrar sempre que for preciso que você não fez nada errado.
Ele desaba novamente chorando ao escutar minhas palavras e eu o abraço, mostrando que estaria aqui por ele quantas vezes fossem necessárias.
— Sei que está assustado com tudo isso, quando se sentir confortável pra falar sobre o que viu, estarei aqui.
— V-vamos conversar agora, - Han sai do abraço e se senta mais perto de mim. — não vou ter coragem de falar depois.
— Ok, - franzo o cenho sem saber como começar. — não focaremos no que aconteceu, mas sim se notou algo estranho algum dia.
— Uma coisa que eu nunca te falei aquela époc-
— Não era você. - o interrompo e ele pigarreia.
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So Long | Han Jisung |
FanfictionKo Yurim é uma ceifadora há pelo menos quinhentos anos. Como punição por sua vida pecaminosa, sua única chance de reencarnar foi lhe dada pelo rei das divindades; a tarefa de guiar almas perdidas como forma de pagar a sua dívida. Sem estar viva nem...