|11| Abyss

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"Em um pequeno vilarejo ao litoral de uma ilha, havia uma jovem nobre muito conhecida por todos de sua região.

Apesar de fazer parte da nobreza e usufruir do bom e do melhor, ela não ligava para dinheiro ou status. Tudo o que interessava era passar o dia estudando plantas medicinais e fazendo remédios para as pessoas.

Seu jeito doce e sua bondade eram admirados pelos camponeses, era de fato, muito difícil de achar pessoas nobres que tratassem plebeus como seres humanos - ainda mais que os tratassem com carinho -.

Não demorou muito para que essa jovem começasse a atender os camponeses, que muitas vezes não tinham acesso a médicos e muito menos a medicamentos.

A notícia se espalhou e vinham pessoas de vilarejos vizinhos, aos poucos a garota foi sendo mais conhecida e as pessoas passaram a chamá-la de 'A sétima princesa' já que era a sétima filha de uma família de seis filhos homens.

Ainda assim, pessoas invejosas e ruins a acusavam de bruxaria e de fazer pacto com seres do mal. A mentira se espalhou e todos comentavam sobre a princesa ser na verdade, a guia de almas corrompidas."

A história acabava aí, mas qualquer um que lesse podia ver que estava incompleta.

Viro a última página e arregalo os olhos ao ver uma mensagem escrita à mão:

"O resto da história é você quem tem que descobrir".

Meu coração estava acelerado e eu me perguntava constantemente quem deu isso a Han.

O tempo passava e eu batia meu pé no chão freneticamente, quando vejo Han chegando de longe levanto e pego sua mochila, jogando-a para ele que a agarra.

— Não vai acreditar no que aconteceu agora pouco! - exclama animado. — Achei uma-

— Quem te deu isso? - o interrompo enquanto seguro o livro.

Jisung me olha confuso.

— Ninguém me deu, encontrei debaixo da minha mesa na faculdade. - responde e eu devolvo o livro. — Achei interessante e peguei.

— E você leu?

— Oh, é claro! - ele coloca a mochila nas costas. — Achei muito interessante, mas está incompleta. Você leu?

— Sim, e é uma perda de tempo. Uma história ridícula.

Saio andando e sou seguida por ele.

— Eu gostei, - sorri ficando ao meu lado. — a protagonista é uma pessoa boa.

— Gostou só por causa disso? - rio soprado.

— E ela me lembrou você.

Paro de caminhar e me viro para ele.

— Não me faça rir, Han. - o encaro duramente. — Não alimente mentiras em sua cabeça, eu não sou quem você pensa que sou. Não confunda realidade com ficção e não espere nada de mim, porque eu não faria nada por você assim como você também não faria nada por mim.

Jisung engole seco e eu volto a andar junto dele.

Agora no carro indo em direção a sua casa, apenas escuto o motor e as buzinas de outros veículos. A expressão de Han era neutra e eu me perguntava se havia pegado pesado demais com ele.

Ora, mas é claro que não.

É melhor esclarecer isso tudo antes que ele se afeiçoe a um eu que não existe.

Estaciono o carro e o garoto demora alguns segundos, o escuto suspirar e ele se vira pra mim dizendo:

— Sabe Yurim, Bang Chan me falou que você tem um passado difícil e que não gosta quando os outros tocam nesse assunto.

So Long | Han Jisung |Onde histórias criam vida. Descubra agora