|15| Lonely St

1.2K 210 148
                                    

— Ah, entendo. - Jisung olhava suas mãos. — Acho que afinal era esperar muito ter alguém destinado a mim.

Ele suspira e ri fraco.

— Deve ser pra eu não desgraçar a vida dessa pessoa também. - ele falava tristemente.

— Não é bem assim, Han. Ainda pode aparecer alguém. 

— Mas essa linha não se conecta desde o nascimento? - pergunta me encarando.

— Nem sempre, - explico olhando o riacho. — também pode acontecer de uma divindade conectar pessoas já adultas. Nunca se sabe.

— Mas isso não importa, é até bom eu não ter algo assim. Já sou um peso muito grande.

O escuto falar e fico calada por não saber como reagir a isso, confortar os outros nunca foi meu forte.

Ainda mais com Han Jisung.

— Desculpa ter contado meus problemas pra você, - ele diz e sorri de lado apesar de ver seus olhos tristes. — e obrigado por escutar.

— Não se acostume, foi só dessa vez.

Jisung ri e passa a mão pelo cabelo.

— Yurim, eu estive pensando… - o encaro e ele focava no riacho à nossa frente. — O que acontece se um humano entrar na estrada divina ainda vivo?

Sua pergunta me pega de surpresa.

— Por que isso do nada?

— Ah, não me entenda mal! - ele chacoalha as mãos. — É que é um mundo totalmente novo pra mim, então às vezes fico me fazendo essas perguntas.

— Entendi. - respondo e penso sobre isso. — Bom, algo assim nunca aconteceu antes, então não sei. 

Ele parecia decepcionado.

— Mas talvez o Bang Chan saiba te explicar.

Jisung parecia perdido em seus pensamentos, então resolvo falar com ele:

— Han, já ouviu falar sobre o renascimento desse riacho? - questiono apontando pra frente e ele nega. — Imagine que ele teve várias vidas e reencarnou diversas vezes. Eu já vi esse riacho passar por inundações, já o vi virar esgoto… tinha tanto lixo aqui que era difícil passar, e sem contar o cheiro horrível que vinha dele. Depois cobriram ele com asfalto e fizeram ruas quando a Coreia ficou mais moderna, não dava nem pra ver ele.

— Era como se ele não existisse. - ele fala baixo e eu assinto com a cabeça.

— Depois disso iniciaram o projeto de revitalização e ele ficou bonito, limpo e a água é tão pura e brilhante… é como se tivesse reencarnado e ganhado a chance de ter uma vida boa. Entende o que quero dizer?

— Acho que sim…

— Mas, - o olho e ele faz o mesmo. — antes de ser admirado e receber o amor de todos, o riacho passou por momentos difíceis por conta da idiotice do ser humano, ele foi desprezado. O que eu quero dizer é que você é igual ao riacho, Han.

Ele fica me encarando por alguns segundos e já estava me deixando desconfortável, então pra tentar me safar desse momento estranho, digo:

— Um lixo. É o que você é. - Jisung arregala os olhos e eu rio desconcertada. — Não foi isso que eu quis dizer, droga.

Me sinto totalmente perdida, não é normal eu não conseguir expressar minhas opiniões, mas com ele tudo parecia mudar agora. Escuto Han rindo alto e o encaro frustrada.

— Eu entendi, Yurim. Você quis dizer que apesar da minha vida ser assim, ainda vou evoluir e ter meu próprio brilho igual ao riacho, não é?

— Mais ou menos isso. - resmungo incomodada.

So Long | Han Jisung |Onde histórias criam vida. Descubra agora