|20| Wannabe

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Entro na frente de Jisung numa forma de protegê-lo, encaro duramente o outro garoto e me mantenho em alerta.

Encarando-o assim de perto, tenho uma leve impressão de ter visto ele algum dia. Chacoalho minha cabeça, devo estar imaginando coisas.

— O-olá! - o outro fala enquanto fecha a porta. 

— Oi! - Han responde saindo de perto de mim. — Que bom que chegou. Essa é a Yurim, minha chefe. - ele olha para mim. — Yurim esse é o Minho, meu colega de quarto.

— É um prazer enorme te conhecer finalmente! - Minho diz animado, mas logo volta a ficar envergonhado.

— Queria me conhecer? - pergunto franzindo o cenho.

Ele afirma e Han diz:

— Minho é um grande fã seu.

— Como é? - me sinto perdida ao mesmo tempo em que sua presença me causava gastura.

— Eu sou estudante de farmácia, - o garoto explica encarando o chão. — você é uma inspiração pra mim.

— Ele conhece tudo sobre a sua empresa. - Jisung sussurra.

— Entendi. E por que estava encarando a gente aquele dia?

Nem precisei explicar, o colega de quarto arregala os olhos e brinca com seus dedos numa tentativa de tirar o nervosismo.

Tudo nele era tão esquisito.

— Eu te conhecia pelas fotos nas revistas e quando te vi aqui na faculdade, não pude deixar de olhar. - ele pigarreia. — Desculpe, acho que passei dos limites.

Se isso for uma desculpa, então ela é bem idiota. Não acreditarei em um fio de cabelo dele.

— Esqueça isso. - dou uma última olhada pelo quarto. — Bom Minho, vou ter que sair com Han agora.

— Ah, claro! - ele dá um passo pro lado, deixando a porta livre. — Foi um prazer.

Esbarro na porta prendendo minha bolsa na maçaneta, que cai no chão com o puxão que dei ao passar. Minhas coisas se espalham e Minho se agacha pegando-as e as guardando de volta.

Até ver o grampo de cabelo. Ele o encara alguns segundos e logo guarda tudo, me entregando a bolsa enquanto o olho atentamente.

Chacoalho a cabeça. Minha neurose estava passando do ponto, ele só ajudou a recolher minhas coisas. Por mais que o ache muito suspeito, devo prestar atenção no que realmente importa.

Pego ela e dou um aceno com a cabeça. Saio junto de Jisung, descemos as escadas e fora do prédio ele fala rindo:

— Nunca vi Minho tão tímido, acho que ele te admira mesmo.

— Você vai mudar de quarto. - aviso de cara fechada.

— O quê?! Não, não quero. 

— Não entendeu? Você não tem que querer nada, apenas faça o que eu mandei.

— Yurim, por favor. - sua voz começa a sair trêmula. — Ele me tratou bem e não reclamou de estar no mesmo quarto que a pessoa amaldiçoada.

— Pessoa amaldiçoada?

Jisung fica quieto e segura seu moletom fortemente.

— Estão te chamando assim? - questiono mesmo já sabendo a resposta.

— Sempre foi assim, você só nunca ouviu isso… - ele suspira e foca em meus olhos. — Menos o Minho, ele nunca me julgou.

Pelo menos é o que você acha, como pode ser tão inocente assim? O outro não falou nada de ruim diretamente pra ele, mas quem dirá pelas costas?

So Long | Han Jisung |Onde histórias criam vida. Descubra agora