Pisco algumas vezes ainda associando aquelas poucas palavras.
O que queriam que eu fizesse? Pra mim era surreal o que disseram. Do nada colocaram o assunto 'príncipe' em jogo aqui, desde quando se importam com isso?
— A senhorita não vai dizer nada? - ela pergunta.
— Ah, sim, o príncipe herdeiro. - digo e ela me encara atenta, esperando meu comentário. — E o que isso tem a ver comigo?
Se eu fosse capaz de ler pensamentos, saberia exatamente o que Jang tinha em mente. Estava prestes a entrar em colapso, não é todo dia que alguém fala de forma tão desdenhosa do príncipe herdeiro.
Mas o que eu poderia fazer? Tinha coisas mais importantes para resolver.
Não que a família real não fosse importante, longe de mim desprezá-los. Mas aposto que eles não perderiam tempo conosco.
— A senhorita, - ela suspira alto de forma dramática. — um dia irá me matar do coração.
Rio de seu desespero e abro a gaveta, pegando um hanbok bonito, mas bem mais simples.
Passo por ela indo para o banheiro.
— Não acha que sairá com esse vestido, não é? - Jang me segue.
— Eu não acho Jang, - sorrio olhando pra ela. — eu irei.
Vejo ela ficar pálida e seguro sua mão.
— Confie em mim, Jang. Essa ilha é tão grande, quais as chances de eu me encontrar com o príncipe?
Coloco minha roupa num lugar seco e entro na banheira após me despir, sentindo a água quente em meu corpo. Lá de dentro escuto Jang:
— A senhora Ko vai me matar.
— No máximo ela matará seus ouvidos Jang, de tanto resmungar.
Rio apesar de saber que a outra não via graça nenhuma.
Mas sendo bem racional, a realeza não se importaria comigo por mais que eu também fosse da nobreza. Eles têm coisas mais importantes a se fazer.
Passo água no rosto e termino o banho, me seco e coloco o vestido. Jang arruma meu cabelo numa trança, apesar de saber que ela está me ignorando.
— Obrigada Jang, você pode ficar aqui por esses dias. - digo me levantando.
— Por que, senhorita?
— Voltarei mais tarde por algumas semanas. - vejo ela me reprovar com o olhar. — Não se preocupe, estarei onde eu sempre estou e fazendo o que eu sempre faço.
— Remédios.
— Isso mesmo. - rio passando a mão pelo tecido do hanbok. — Algumas pessoas vieram de longe pra levar remédios pras famílias e eu prometi que faria todos. Agora tenho que cumprir.
— Mas volte antes do entardecer!
— Estarei aqui, afinal, as casas são praticamente uma ao lado da outra.
Saio e grito um "tchau" rápido.
O sol esquentava minha pele e eu sorrio ao ouvir os pássaros cantarem. Era uma ótima maneira de começar o dia bem.
Apesar do brilho do sol iluminar e deixar tudo belo, ainda preferia a noite.
— Bom dia! - cumprimento as poucas pessoas que estavam lá e elas se curvam. — Podem fazer uma fila, os chamarei um por vez.
A manhã se passou lentamente, no almoço Jang trouxe algo pra eu comer. Nossa ilha estava atraindo várias pessoas, tanto da nobreza que vinha visitar pelas paisagens, quanto dos plebeus que vinham a trabalho.
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So Long | Han Jisung |
FanfictionKo Yurim é uma ceifadora há pelo menos quinhentos anos. Como punição por sua vida pecaminosa, sua única chance de reencarnar foi lhe dada pelo rei das divindades; a tarefa de guiar almas perdidas como forma de pagar a sua dívida. Sem estar viva nem...