|05| Tank

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Nos encaramos por um tempo e o garoto diz:

— Então… não entendi sobre esse presente.

— Olhe só. - aponto para a alma e ele dá um pequeno pulo.

— Desde quando aquela pessoa tá alí? 

— Aquilo não é uma pessoa. É um espírito. Bom, se quiser chamar de fantasma também serve.

Ele fica confuso e passando o olhar de mim para o carrapato, Han começa a rir.

— Muito engraçado, isso é o quê? Um tipo de trote pra novatos?

— Ainda não acredita apesar de estar vendo, é? - rio cinicamente. 

Ele para de rir na hora ao ver minha reação.

— É só que… é uma pessoa comum…

O fantasma estava de costas numa parte onde não havia muita luz.

— Então vá até ela e entregue meu cartão de visitas. - estico minha mão dando outro papel para ele. — Se completar sua primeira tarefa, vou te dar um bônus.

Jisung pega o cartão e tosse algumas vezes, ele me encara uma última vez e vai até o espírito.

Fico observando num local que dava pra escutar sua conversa.

— Com licença, - Jisung chega acanhado. — está ocupada?

Ela se vira e fica surpresa ao vê-lo.

— Oh! Você consegue me ver? - o espírito vai se aproximando e o outro vai para trás lentamente.

— Por que não veria? - ele ri soprado, mas sua voz saia trêmula. — Eu vim te entregar iss-

A voz de Jisung acaba quando seu olhar se encontra no pescoço da outra, havia um grande corte aberto.

Suas mãos começaram a tremer e o papel caiu.

A respiração de Han se intensificou e ele agachou para pegar o cartão de visita do chão, mas ao se levantar, o espírito já estava em cima dele o olhando bem de perto.

— Uau, nunca pensei que me veria um dia. - ela abre um sorriso maligno e se aproxima ainda mais, encurralando o outro na parede. — Sempre fiquei colada em você, pensando no dia em que poderia te machucar. Agora me parece o momento perfeito.

Ela levanta a mão e parte pra cima de Han, que se encolheu no chão com medo.

No mesmo instante vou pra cima dela, agarrando seu pescoço e a levantando do chão. Aperto cada vez mais forte e sua alma começa a queimar.

— Se encostar um dedo nele, vai implorar pra ter ido diretamente ao inferno. - digo duramente enfiando minhas unhas nela. — Eu não te disse que te caçaria? Pois então, chegou a hora de cumprir minha promessa.

Ela se debatia e tentando se esquivar de qualquer modo, gritando e me xingando alto enquanto agonizava.

Puxo de minha bolsa um grampo de cabelo antigo e cravo em seu crânio, fazendo-a virar pó.

Guardo o grampo em minha bolsa e escuto Jisung chorar, ele ainda estava tremendo.

Me agacho em sua frente.

— A-achei que fosse morrer. - ele limpa suas lágrimas e funga.

— Não deixaria algo desprezível te matar. Não na minha frente.

— Obrigado. - ele me lança um pequeno sorriso.

Não estaria grato se soubesse o quanto eu queria poder matá-lo também.

So Long | Han Jisung |Onde histórias criam vida. Descubra agora