Agora por fim eu podia sentir toda a dor física que essa luta me causou, mas o que mais doía era meu coração.
Bang Chan chorava ao lado do corpo de Felix e Seungmin.
Seungmin era seu melhor amigo, em todos os momentos os dois estavam juntos… e por mais que Felix fosse um demônio, ainda era seu irmão.
Ele limpa seu rosto e corre em nossa direção, se agachando e verificando meus ferimentos.
— Eles primeiro. - digo com dificuldade.
Bang coloca o ouvido perto do rosto de Jisung e me encara triste.
— Ele… parou de respirar.
Balanço a cabeça freneticamente, sem acreditar no que escutava. Afasto-o de Han e me encosto nele, deixando nossos rostos colados.
Seguro sua mão e com a outra acaricio seu cabelo, depois de tudo isso pensei que já não houvesse mais lágrimas, mas eu estava errada.
E então eu choro como nunca.
Eu choro pelo meu passado, pelas pessoas que estavam aqui caídas no chão, pelo Seungmin que deu sua vida por nós.
E ainda mais por Jisung. O da primeira vida e o de agora.
Não achei que sentiria meu coração tão despedaçado novamente, não me importava mais nada agora que não o tinha mais.
Mais uma vez tiraram tudo de mim.
Até quando terei que conviver com isso? Até quando terei que me acostumar com as perdas que vieram de forma tão cruel?
Quantas vezes terei que perdê-lo antes que pudéssemos sequer tentar ser felizes juntos?
Eu não quero mais viver, não sem ele.
Bang Chan me chama, mas eu me recuso a sair de perto dele. Aperto sua mão mais forte e imploro pra que isso não passe de um terrível pesadelo.
E eu sinto sua mão se mexer por um segundo, meu coração acelera e eu me afasto dele.
— Ele mexeu a mão! - exclamo para Chan, que me encarava com pena. — Faça algo!
— Yurim, - Bang hesita. — ele morreu.
— Ele não morreu. - seguro fortemente o colarinho de sua blusa rasgada e reparo como seu corpo também estava machucado. — Faça alguma mágica, algum feitiço, mas traga ele de volta.
Bang Chan suspira e se aproxima novamente de Han, conferindo sua respiração mais uma vez.
Encaro ansiosa e solto o ar preso de meus pulmões quando ele me olha sem acreditar.
— Está vivo. - ele murmura.
A divindade coloca a mão sobre Jisung assim como fez comigo antigamente, o sangue para de escorrer e seus ferimentos se fecham, deixando apenas as cicatrizes.
— Pelos céus, - Chan suspira e chora de alívio. — que bom que voltou pra nós.
Abraço Bang sem me importar com a dor, ao meu lado apenas escutava Minho chorando sozinho.
— Você será mais fácil. - Bang faz o mesmo em Minho, eu nem havia notado o ferimento em seu braço, como ele aguentou todo esse tempo?
Depois ele me encara e sorri fechado.
— Já sabe o que quer?
— Preciso ficar boa, ainda tenho coisas a resolver antes de ir. - falo com dificuldade. — É bom que me abençoe na próxima vida.
Ele ri concordando e coloca sua mão sobre mim, o calor que há muito tempo não sentia invade meu corpo e por fim me sinto bem. Finalmente a exaustão toma conta de mim e meus olhos se fecham sem eu nem perceber.
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So Long | Han Jisung |
FanfictionKo Yurim é uma ceifadora há pelo menos quinhentos anos. Como punição por sua vida pecaminosa, sua única chance de reencarnar foi lhe dada pelo rei das divindades; a tarefa de guiar almas perdidas como forma de pagar a sua dívida. Sem estar viva nem...