Estava de cabeça baixa escutando minha mãe reclamar pela centésima vez sobre ontem. Tudo isso porque eu não usei um hanbok que é do preço de uma casa.
— Imagina se você encontrasse o príncipe herdeiro daquele jeito? - ela me encara brava. — Como deixou ela sair daquele jeito, Jang?
Abro a boca pra dizer que Jang não fez nada errado, mas ela me interrompe antes:
— Me perdoe, senhora Ko. - a mais velha se curva. — Não acontecerá de novo.
Minha mãe suspira e sorri fechado.
— Filha, eu sei que a casa de remédios é tudo pra você. - a mulher se aproxima e segura minha mão. — Mas pode, por favor, se vestir adequadamente só por alguns dias?
— Mas mãe, - a olho suplicando. — como chego com um vestido caríssimo na frente de pessoas que não tem dinheiro nem pra comer?
— Então peça pra um dos seus irmãos cuidarem de lá.
— Eles não entendem nada de remédios. - digo emburrada. — Mas eu prometo que se houver boatos do príncipe herdeiro estar por perto, eu me visto tão bem que a senhora nem irá me conhecer.
— Tudo bem, não há como controlar você.
Ela suspira e sorri, eu me aproximo e a abraço. Levanto minha cabeça para olhá-la e pergunto desconfiada:
— A senhora não está querendo me empurrar para o príncipe, né?
Minha mãe ri alto e eu franzo as sobrancelhas.
— Eu não seria louca de fazer isso com o pobre príncipe.
E então ela sai, me deixando sem entender.
— Ela acabou de me insultar? - questiono à Jang, que ri e afirma com a cabeça. — Vamos Jang, vou colocar meu pior vestido, isso sim a deixará louca.
A cada pessoa que chegava, a cada minuto que se passava na casa de madeira eu olhava pela janela.
Já estava entardecendo e eu teria que ir embora. Acho que aquele homem não virá mais, já esperei muito tempo por ele, quem sabe ele apareça amanhã…
Tranco a porta e não posso deixar de me sentir um pouco desapontada, devo ter colocado expectativas demais, afinal, é apenas um desconhecido.
Atravesso o pequeno muro de pedra e quando saio ficando de costas pra casa, o escuto me chamar. E paraliso, sentindo os cantos dos meus lábios se abrindo num pequeno sorriso.
Me viro e o vejo respirando descompassadamente.
— Desculpe, - ele tenta pegar mais fôlego e sorri. — acabei me atrasando. Espero não ter atrapalhado a senhorita.
— De jeito algum, - sorrio de volta, me aproximando dele. — tinha acabado de fechar a casa.
— Ah, então não poderá trocar meu curativo… devo chegar mais cedo amanhã.
— Vamos, eu trocarei. - digo rindo baixo. — Sente-se aqui enquanto eu pego o remédio.
Entro rapidamente pegando tudo e paro por alguns segundos para me recompor.
— Primeiro vou limpar. - aviso e seguro sua mão, retirando o resto da erva e limpando-a bem. Coloco o pano com as folhas dentro, dando um nó depois de algumas voltas em seu dedo. — Pronto.
— Obrigado. - ele me olha. — Desculpe, acabei nem perguntando seu nome.
— Ko Yurim, - digo e ele sorri. — e o seu?
— Han Jisung. - o homem se curva levemente e eu faço o mesmo. — É um prazer te conhecer.
— O prazer é meu. - respondo e encaro o objeto que estava ao seu lado. — É um lindo arco.
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So Long | Han Jisung |
FanfictionKo Yurim é uma ceifadora há pelo menos quinhentos anos. Como punição por sua vida pecaminosa, sua única chance de reencarnar foi lhe dada pelo rei das divindades; a tarefa de guiar almas perdidas como forma de pagar a sua dívida. Sem estar viva nem...