Alicia Medeiros ✨
Junho de 2021, duas semanas depois, Sexta feira, 07:15am.
Saí do meu apartamento correndo para o elevador, apertei o botão para solicitá-lo, três minutos mais tarde estava atravessando o saguão chegando até a portaria do meu prédio, desejei bom dia para o seu Antônio e ele me respondeu com um sorriso no rosto.
Assim que coloquei meus pés na rua vi o Diego encostado no carro do outro lado da rua, apertei o passo mas ele foi mais rápido em consegui me alcançar.
— Alicia, vamos conversar — ele andava do meu lado tentando me acompanhar.
— Não tenho nada pra falar com você — digo sem desgrudar os olhos do horizonte — Você deveria estar trabalhando, tem que comprar fraldas pro seu filho.
— Deixa eu te explicar, por favor —nsuplica mas eu não respondo e continuo caminhando — Amor, por favor me ouve — o filha da puta tem a coragem de me chamar de amor — foi uma vez, foi um deslize — ele continua.
— Deslize Diego? Você me traiu e quer dizer que foi um deslize? Sempre te deixei claro que aguentava muita coisa que viesse de você mas uma traição não. Não estava feliz comigo? Queria ficar com outras mulheres? Terminasse — grito — Eu não quero falar com você, me deixa em paz — vocifero sentindo minha garganta fechar com o choro entalado ali.
— Por favor me ouve, só dessa vez.
— Eu só vou falar mais uma vez, acabou, não me procura mais — respiro fundo — Vai cuidar do teu filho e da mãe dele, aproveita e fica com ela, você e a Larissa são dois filhos da puta que se merecem — olho nos seus olhos e noto as olheiras fundas de quem provavelmente não dormia bem a um bom tempo, tento manter minha postura e me afasto antes de ceder.
Apresso meus passos mais ainda e chego no ponto de ônibus, entro na condução e respiro fundo tentando não desabar em lágrimas, nunca achei que o Diego fosse capaz de me trair, nos conhecemos na faculdade um ano depois que eu vim morar aqui, ele era uma das pessoas que eu confiava, namoramos quase quatro anos e ele me traiu com uma das poucas amigas que fiz na faculdade, me sento nas cadeiras altas do ônibus e aprecio a vista do Rio de Janeiro, é oque me acalma até chegar no trabalho.
Desci no ponto de ônibus e caminhei até a loja, encontrei a Marcela procurando as chaves da porta na sua bolsa, nesse pouco tempo Steffany chega com a cara toda amassada e eu não perco tempo em zoar ela.
— Qual foi Teff, anotou a placa? — pergunto rindo da cara que nitidamente mostrava que ela não dormiu nada.
— Que placa? Ta maluca garota? — ela me pergunta sem entender.
— Do caminhão que passou por cima de você cara, ta acabada, isso é ressaca né, passou a noite no baile.
— Vai se foder Alicia — ela me responde dando uma gargalhada e entrando na loja logo depois da Marcela — Quinta feira lá é dia de baile? — dou de ombros — Não, não é, sou piranha, mas sou responsável.
— Então o que rolou? — indago — Ta com umas olheiras enormes — digo enquanto tranco a porta da loja e logo depois caminhamos até o estoque para vestirmos o uniforme da boutique.
— Um caminhãozinho loiro que passou a noite toda em cima de mim — ela abre um sorriso perverso e eu nem precisava mais de explicações pra entender o que ela tinha feito a noite inteira
— Amiga tem meses que você ta com o mesmo boy, desde que te conheci você nunca ficou com alguém mais de quinze dias, o que você fez com a nossa Teff hein? — Marcela pergunta pra ela com cara de deboche e eu apenas sorrio.
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Válvula de escape - [M].
FanfictionNão importa bem a definição, Por que vale mais o sentido, Daquilo que te ajuda a manter a lucidez, Parar não ficar por ai perdida, E cometer bobagens e estupidez, Para aguentar a rotina, Equilibrando corpo e mente, Que faça enxergar os detalhes...