Capítulo 21

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Alicia Medeiros ✨

Sábado, 14:49pm. 



Se me contassem que tudo o que eu acabei de ouvir é realmente verdade com toda certeza eu olharia para a pessoa que me contou e iria rir, desacreditaria completamente das chances de ser verídico tudo o que esse homem me disse por telefone, na verdade não sei o que pensar sobre.

Recebi a ligação de um enfermeiro responsável por contratações das UPA's do Rio e ele me disse que entrou em contato com a faculdade procurando saber sobre indicações de alunos que estão se formando que tiveram um bom desempenho na apresentação do TCC, e eles me indicaram, disseram que a maior nota da faculdade foi a minha.

Acreditava sim que tinha me saído bem, mas a melhor nota da faculdade? QUÊ?

Eduardo me disse que esta precisando de profissionais para trabalhar em uma das unidades e gostaria que eu fizesse uma experiência, me explicou como funcionaria por eu ainda não ser formada e que eu teria uma supervisora mas que adoraria me ter na equipe e me perguntou se eu tenho interesse?

Obviamente que sim.

É o meu sonho, sempre foi. Acho que das poucas coisas que fiz pensando apenas em mim essa foi uma delas, cursar enfermagem, minha mãe queria que eu tentasse direito, mas nunca achei que fosse a minha praia e com o tempo ela se conformou, meu pai me apoiou desde sempre, mesmo morrendo de medo de me deixar ir morar sozinha, longe deles e de tudo que eu conhecia ele sempre me incentivou demais. E agora cá estou eu, recém aprovada e com uma proposta de emprego dessas.

O Leo com certeza ainda não entendeu nada, até por que eu não consegui abrir a boca pra falar uma palavra e ele só me encarava preocupado. Me perguntou algumas vezes se eu estava bem e eu apenas confirmei com a cabeça. Estou tentando fazer a minha alma voltar para o corpo pra tentar falar alguma coisa mas não estou conseguindo me controlar.

Quero chorar, quero sorrir, quero gritar pra todo mundo dizendo que eu estou realizando o primeiro dos meus vários sonhos no qual eu sou a única responsável por ter conseguido.

Desliguei o telefone e coloquei na mesa a mais ou menos dez minutos mas não consigo reagir, acho que preciso de um tapa na cara, estou completamente sem acreditar no que eu tinha ouvido, pra mim é algo surreal estar entrando na minha área tão rápido.

— Ei, ta tudo bem? — Leonardo pergunta pela milésima vez.

— Sim, tá tudo ótimo — eu não conseguia esconder a felicidade que eu estava sentindo.

— Posso saber o que aconteceu?

— Preciso ir pra casa — levanto da mesa — Vem, eu te explico no caminho — puxo ele pela mão.

— Calma Alicia, me deixa pelo menos pagar a conta — ele sorria da minha euforia.

Ele pagou a conta que eu insisti pra ser dividia mas ele não aceitou, entramos no carro e fomos direto pra casa enquanto eu explicava tudo pra ele. Assim que ele me deixou na porta eu ainda estava sem acreditar na proposta que tinha recebido, convidei ele pra entrar mas ele não desceu e disse que tinha um compromisso. Antes mesmo de eu conseguir sair do carro senti sua mão segurar meu braço me fazendo parar onde estava e olhar pra ele, que não perdeu tempo algum em segurar no meu pescoço aproximando nós dois o suficiente pra encostar os lábios nos meus, um beijo calmo, calmo até demais pra mim ou talvez fosse o meu estado de euforia que me fez pensar que estava tudo muito devagar ao meu redor, ao contrário de mim que estava completamente acelerada.

— Tô muito feliz por você — ele diz depois de terminar o beijo — Você merece todo o sucesso do mundo — me deu um selinho e se afastou.

Sorri pra ele e agradeci ele pelo almoço, ele era ótimo, a companhia era ótima, a conversa era ótima e acho que seríamos bons amigos. Desci do carro e fui procurar meus pais que estavam dentro de casa. 

Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora