Caio Coimbra ⚡
Mexendo na cama percebo que não estou no meu quarto, tenho ainda mais certeza disso quando sinto o peso por cima do meu braço, o perfume dos seus cabelos invadem o meu senso olfativo e eu acaricio os fios. Rapidamente sinto a minha boca seca e o meu cérebro reclamar da sede que estou sentindo.
Puxo o braço devagar tentando não acordar, paro de me mexer quando ela também se mexe e se vira pra mim, só quando tenho certeza de que ela está realmente adormecida que continuo tentando puxar o braço debaixo do seu pescoço, depois de pouco minuto, finalmente consigo me levantar e me sentar na cama, estralo minha coluna, estico os braços pra cima e depois deixo eles cairem ao lado do meu corpo.
Antes de levantar ainda na meia escuridão do quarto sinto a mão delicada agarrar meu pulso.
— Você vai embora? — a voz sonolenta e calma soa na quarto escuro.
— Não — me viro e agarro os seu corpo trazendo mais pra perto — Vou na cozinha beber água, continua dormindo que eu já volto — me aproximo do seu pescoço inalando seu cheiro doce.
Levanto e sigo para a cozinha. Abro a geladeira, pego um copo no armário e quando me viro pra despejar o líquido dentro do recipiente de vidro, a porta do outro quarto é aberta e por ela passa o corpo pequeno da garota loira, com a cara completamente amassada e os cabelos bagunçados.
— Coé garota, tu é feia assim toda vez que acorda? — tiro onda com ela que vem esfregando as mãos nos olhos. Ela não responde o que no mínimo é estranho por que desde que criou a menor intimidade depois que passei pela porta de entrada desse apartamento que ela não fechou a boca.
Observo ela caminhar sonolenta, abrir a mesma porta do armário que eu abri a minutos atrás e agarrar um copo e vir na minha direção.
— Folgada pá caralho hein — falo quando ela estende o copo na minha direção, ela continua calada e com a expressão sonolenta a mostra — Acorda pra beber água garota.
— Aí — coloca a mão no ouvido — Por que você tá gritando? — diz após levar o copo até a boca.
— Não tô gritando maluca — me afasto e guardo a garrafa na geladeira — Tá fazendo oque acordada hein?
— Tive um sonho ruim — passa a mão no rosto.
— Com oque? — me encosto na pia e cruzo os braços na altura do peito.
— Com o... Com ele — fica sem jeito e abraça os próprios braços.
— Com o teu tio? — pergunto sabendo da resposta.
— É — esfrega as mãos nos olhos.
— Não precisa se preocupar não — abro a torneira e enxaguou o meu copo — Ele não vai mais chegar perto de você Cecília, eu te garanto.
— Você não tem como garantir isso — fala parecendo amedrontada.
— Acredita em mim, eu tenho como te garantir tu tá segura agora — dou um passo para próximo da garota — Ele não vai mais chegar perto de você.
— Você matou ele?
— Você quer mesmo saber? — ela nega com a cabeça — Olha, tu não precisa saber oque eu fiz com ele, tu só precisa saber que não vão te fazer mal mais — falo sério — É só confiar — ela fica me olhando, observo bem a sua face. O rosto angelical, os cabelos loiros, os olhinhos castanhos — Tu vai seguir tua vida normalmente, vai viver na paz, sem medo tá ligada? — ela balança a cabeça devagar —Agora vai dormir pirralha.
Ela se levanta e caminha para o quarto de volta, entro no outro e a claridade que entra junto me permite enxergar a silhueta da morena coberta por um lençol branco, vou até lá e me deito também, puxo seu corpo pra mim e sinto suas mãos percorrer os meus braços e chegar até o meu rosto onde ela alisa a minha barba e mergulha os dedos nos fios de cabelo recém cortado.
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Válvula de escape - [M].
FanfictionNão importa bem a definição, Por que vale mais o sentido, Daquilo que te ajuda a manter a lucidez, Parar não ficar por ai perdida, E cometer bobagens e estupidez, Para aguentar a rotina, Equilibrando corpo e mente, Que faça enxergar os detalhes...