Capítulo 29

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Alicia Medeiros ✨


Eu amo ela, mas as vezes tenho vontade de socar a cara da Steffany.

Mesmo depois de me recusar inúmeras vezes a vir ela inventou uma desculpa esfarrapada pra me trazer pro pagofunk.

Agora adivinhem aonde estou? Isso mesmo, sentada em uma cadeira de plástico, ouvindo um bom pagode saindo das várias caixas de sons espalhadas por essa praça, enquanto a Dona Steffany espera pelo namorado dela que já era pra ter chegado a quinze minutos.

— Se o teu namorado não chegar em dez minutos eu te deixo aqui sozinha, eu juro pra você.

— Você não faria isso comigo — ela fala depois de beber um gole da caipirinha, diferente de mim que estou apenas na água com gás.

— Steffany — faço voz de choro — Me deixa ir embora, tenho muita coisa pra fazer em casa.

— Você quer dormir que eu sei — queria, mas não era só isso.

— Também.

— Você não trabalha amanhã vai ter o dia todo pra descansar cara — eu vou socar a cara dela, juro.

— Preciso arrumar minha casa, fazer compra, todas essas coisas tu sabe que meus pais chegam no meio da semana.

— Fica só mais um pouquinho? Por favor — junta as mãos implorando — Juro que se você ficar eu... — pensa em algo — Eu vou amanhã cedo pra sua casa e te ajudo a arrumar tudo.

— Claro que você vai se despencar do Vidigal pra ir pro centro me ajudar a arrumar a casa.

— Se você ficar eu prometo que vou...

— Vai pra onde? — TH chega, puxa a cadeira e senta junto com a gente.

— Pra casa dela amanhã — da um beijo nele e depois volta o olhar pra mim — Por favor? Hein?

— Meia hora — afirmo.

— Uma hora e meia — propõe eu nego imediatamente.

— Meia hora — volto a propor.

— Uma hora e quinze?

— Meia hora.

— Uma e dez — nego — Uma hora e não falamos mais nisso — nego mais uma vez — Vai amiga, o tempo vai passar tão rápido se você curtir um pouco que nem vai perceber.

— Uma hora — me rendo ao ouvir menos é mais sair das caixas de som, ela sorri toda feliz.

Não queria admitir mas estou gostando, as músicas estão boas, continuo sem beber álcool por estar dirigindo, mas estou me divertindo.

Até que durou, me diz o porquê, perdeu tanto tempo aqui, te faço um favor, melhor eu sumir— Steffany canta com a mão no peito — Canta comigo amiga.

Fui mais um nas suas mãos, não sei se por carência ou falta de opção— completo. 

Só sei que eu senti amor, que pena, só eu senti amor — cantamos juntas. 

Antes a mesa que só tinha eu e a Steffany agora tinha a presença de TH, Pedrinho, Santos. Éramos as únicas mulheres na mesa até então, mas a todo momento chegavam mais pessoas, mais homens, nenhuma mulher sentou aqui até agora, juro que não entendo o porque disso.

Vejo um alvoroço se formando no meio da praça, não muito longe da gente, eram duas mulheres se atracando, puxão de cabelo, murro pra cá, murro pra lá, até um chute uma delas acertou na outra.

Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora