Capítulo 11

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Caio Coimbra (Deco)

Sexta Feira, 04:29 pm. 


Resolvi tudo que tinha pra resolver essa semana, bagulho foi difícil, não parei um segundo mas pelo menos tava tudo nos trilhos, tudo dando certo, tá parecendo até que tô no céu.

— Quando vai chegar? — falo no celular com o cara responsável pelo envio. 

— Devem tá chegando por aí mais tarde — ele responde do outro lado da linha — De madrugada quando é mais seguro e tem o menor risco de ser pego.

— Ótimo não quero erro, assim que eu receber as drogas você recebe o dinheiro que falta — TH aparece na salinha todo sorridente e logo eu desligo a ligação. 

De glock eu sou bonitinho de fuzil o pai fica lindo — ele cantarola e tira o fuzil junto com a bandoleira.

— Tá felizinho né.

— Pô até tô, mas acho que tu também não tá muito atrás — ele fala e eu estreito os olhos pra ele — Qual foi Deco, te conheço bem, tu acha que eu já não tô sabendo que tu chegou tarde domingo — me faço de indiferente e continuo fazendo umas contas tentando ignorar o moleque por que sei bem aonde isso vai parar, maior espírito de velha fofoqueira desse garoto — Fala ai pô, já to sabendo que tu foi na casa da morena. 

— Fui, tua mulher é insuportável pra caralho — nego e abro a gaveta procurando um baseado — Foi papo rápido, meti o pé logo em seguida. 

— Ah Decão contra outra porra — ele sorri e nega com a cabeça, já entendi que ele ta supondo que alguma coisa rolou e bom, errado ele não está — Faz a conta comigo aqui — estreito os olhos e já levo o baseado lindo que eu mesmo fiz até a boca, obra de arte demais — Tu saiu daqui as sete, passou na rocinha, depois deixou a maluca em casa — puxo mais do baseado olhando pra cara do malandro tentando colher informação — Isso aí foi no máximo uma hora e meia, mais uma hora de reunião da facção, dez horas no máximo tu já tava livre — concordo e ele continua — Steffany me ligou doida por conta do ex da Alicia, perguntando se eu tinha falado contigo e eu disse que não por que tu ainda tava no asfalto e depois ela me disse que você ia passar lá, demorou umas duas horas lá parceiro por que aqui tu chegou já era mais de meia noite. 

— Qual foi porra, colocou chip em mim pra saber onde eu tava o tempo todo? 

— Não, mandei colocar um rastreador no teu carro — ele fala na maior naturalidade.

— Como é que é? 

— É porra, nois agora é tipo casamento, ja que tu me colocou de sub preciso sempre saber onde minha outra metade vai estar — ele sorri debochando.

— Tu ta marolando né, por que se tu mandou colocar alguma porra no meu carro eu vou arrancar a tua cabeça. 

— To zoando pô — ele cai na gargalhada — Mas que minha conta faz sentido isso faz, não é? 

— Não sei do que tu ta falando não  — dou a ultima puxada e jogo o resto no lixo — E tu não deveria estar trabalhando ao invés de estar querendo saber da minha vida? 

— Não tenho nada pra fazer, estou pronto pra encerrar as atividades da semana e começar a programação do final de semana. 

— A semana ainda não acabou. 

— Meu xará tu ta ficando maluco, hoje já é sexta feira. 

— Sexta não é final de semana.

— Ah Deco, vai pra casa do caralho — ele revira os olhos — Conta ai pô, fala o que rolou na casa da morena. 

Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora