Capítulo 25

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Caio Coimbra (Deco)


Ela estava fazendo pra ele a mesma cara que fazia pra mim.

As mesmas expressões que eu arranquei dela inúmeras vezes, o sorriso tímido, a mecha atrás da orelha e as bochechas rosadas quando ficava sem graça, enquanto eu jogava um flerte descarado e ela ficava com vergonha.

O almoço foi servido e nem assim o papo entre os dois parou, queria saber que tanto assunto é esse, ela continua bebendo a cerveja que o Thiago está sempre entregando pra ela, com essa já é a terceira garrafa.

Eu contei.

— A gente podia sair daqui — ta faltando tão pouco pra eu mandar essa mulher ir pra puta que pariu — Tá bem desanimado, você não acha? — por que ela ainda tá falando comigo tio, já ignorei ela diversas vezes mas nem assim ela entendia que eu não tava pra papo, pelo menos não com ela.

— Pode ir, to bem aqui — bebo mais um gole da cerveja e continuo de olho nos dois a minha frente.

Steffany já levantou, já dançou, mandou passinho junto com o TH, puxou a loira amiga dela pra dançar, tentou puxar a morena que negou e continuou conversando com o Raulzinho, até começar a tocar um forró nas caixas de som.

— Esse tipo de música que eu sei dançar, e sei dançar bem — ela afirma — Ninguém me chama pra dançar.

— Não seja por isso...

Não, nem fudendo.

— Bora? — ele levanta e estende a mão pra ela.

— Vai me dizer que você dança também — pergunta e eu fico sem acreditar no que eu tô achando que vai acontecer.

— Levanta aí, vou te mostrar mais uma das minhas varias qualidades — ela sorri e segura na mão dele pra se levantar.

Eles começam a dançar no ritmo, todo mundo para pra olhar, simplesmente todo mundo para pra observar os dois, eu só observo a mão dele descendo cada vez mais e chegando mais perto da bunda dela.

Tô puto, tô realmente puto.

Ele segura na cintura dela, roda enquanto ela se acaba de rir, porque caralho ela tá sorrindo?

Quando aquela palhaçada acaba ela abraça ele e ele fala alguma coisa no ouvido dela, ela sorri e se afasta indo pra perto das duas amigas, se abana e depois vejo a Steffany apontar pra casa, ela não demora muito e segue pra lá.

— Onde você vai? — Vitória me pergunta, olho pra ela sério e mando o resto da paciência que eu já tinha perdido pra puta que pariu, o mesmo lugar que mandei ela varias vezes mentalmente hoje.

— Não é da sua conta.

Sigo pra dentro da casa atrás dela.

Pra ser bem sincero eu nem pensei quando levantei da mesa pra ir atrás dela dentro daquela casa, eu só estava puto pela ceninha que eu vi ela e aquele outro filha de uma puta fazendo lá fora. Assim que pisei na cozinha vi ela tomando água totalmente ofegante, com certeza cansada de todo o show de horrores que estava dando em público a minutos atrás.

— Cansou do showzinho?

— O que você quer? — ela vira como se já soubesse que era eu quem estava alí.

— Achei que você tinha aprendido a ser mais educadinha, chegou e nem deu oi para os velhos amigos.

— Amigos? — solta uma falsa risada — Se tem uma coisa que eu não sou essa coisa é tua amiga.

Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora