Capítulo 43

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Caio Coimbra (Deco) ⚡

Pode falar irmão, tô te ouvindo — respondo o Dado depois de atender o celular, maluco tá tão velho que nem tá conseguindo mais ouvir direito, tenho que ficar gritando. 

Nois precisa tá marcando uma reunião por que além desse problema com a carga tenho mais dois papo sério pra resolver contigo.

— Certo mano marca o dia que eu apareço ai na tua quebrada e ai tu me fala dessas parada.

— Ta podendo hoje ou tá muito atarefado? 

— Tô meio cheio mas acho que mais tarde consigo dar um pulo ai. 

Maravilha — a voz rouca do fumante sai quase que falhando do outro lado da linha — Dá uma chegada aqui as oito. 

— Marcado — falo e vejo o Pedrinho atravessar a porta da minha sala, já sei que vem b.o só pela cara do malandro — Vou precisar resolver uma parada aqui, mais tarde a gente termina esse papo — espero o mano responder e logo desligo — Qual foi? 

— Acho que vamos ter um problema pra resolver. 

— Pode mandar pra vala — falo me encostando na cadeira — Tem o meu aval pra mandar pra vala mais próxima.

Acho que tu vai retirar o aval se ouvir a história direito. 

Passo a mão no rosto, já tinha tido um problema com as drogas que iam chegar mais cedo e agora o Pedro me aparece com mais um, é pra me fuder mesmo viu parceiro, aceno com a cabeça mandando ele prosseguir, o moleque senta na a minha frente e começa a falar. 

— Ela o que? — é a única coisa que eu consigo dizer depois de ouvir a merda que o maluco tava falando — Como tu sabe que ela foi pra casa da garota? 

— Porra chefe, mina não ia dar o braço a torcer não, tenho certeza — passa a bandoleira por cima da cabeça tirando ela — Ela parecia estar bem disposta a ir ajudar a garota e eu até falei pra ela vim desenrolar esse papo contigo mas tu mais do que eu sabe como a morena é — semicerro os olhos na direção desse maluco, cheio de intimidade — Teimosona. 

— É — não falo muito — Mas ela deve ter ido pra casa da Steffany, ela não é maluca de sair entrando na casa de morador sem a autorização deles e muito menos a minha. 

Alicia não era doida. 

— Chefe — Raulzinho entra na salinha sem nem bater na porta, virou foi um puteiro isso aqui irmão — Tamo com problema — olho pra ele e depois pro Pedrinho — Chegou até mim que tem duas mina brigando com uma cara lá no escadão da vinte e dois. 

Alicia era doida sim.

E eu não precisava que me falassem que era ela, por que eu sabia que era. 

— Vai se fuder —  levanto puto da cadeira, prendo a glock na cintura e jogo a camisa no ombro — Virou bagunça mermo — saio da sala e subo na moto — Bora Pedro — o maluco sobe na moto dele estacionada do lado da minha e arranca de lá junto comigo. 

A cena que vejo quando vou me aproximando do acontecido é no mínimo inusitada. 

Alicia está frente a frente com o cara que eu reconheço rapidamente, atrás da morena tem uma garota, menor do que a Alicia alguns centímetros mas o jeito que se encolhe denúncia o quão assustada ela estava. 

— Eu vou te arrebentar sua vadiazinha — o cara fala com a menina, Alicia continua protegendo a garota com o próprio corpo. 

— Você nunca mais vai chegar perto dela, tá ouvindo — não tira os olhos do cara — Nunca mais, seu imundo.

Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora