Alicia Medeiros ✨
Acordo sentindo o peso em volta da minha cintura, abro os olhos mas a escuridão toma de conta do cômodo me impede de ver um palmo a minha frente, demoro a assimilar e me lembrar da noite passada. Lembro das nossas conversas e lembro também de estar deitada ao lado dele no escuro quando peguei no sono, o intuito era esperar minha mãe dormir e ele ir embora, mas pelo visto não foi o que aconteceu.
Minha mãe.
Ele precisa ir embora.
— Ei — giro meu corpo ficando de frente pra ele —Você precisa ir — o homem não se mexe, balanço ele mais forte e aí sim vejo ele começar a despertar.
— Hum — murmura — O que foi?
— Tu precisa ir embora Caio, já é — levanto o corpo um pouco e olho as horas na Alexa — Seis e quinze, não podem te ver... — o homem dá um pulo da cama que me deixa assustada.
— Porra — resmunga se levantando rápido — Não podia ter dormido aqui — veste a camiseta que tinha tirado em algum momento ontem, coloca os tênis e se põe de pé caminhando até a porta.
Sem nem olhar pra trás abre a porta e segue pela sala, por sorte meus pais ainda estavam dentro do quarto, sigo junto com ele, ele mesmo abre e sai, vou fechando a mesma assim que ele passa pelo batente mas sou pega de surpresa quando ele se vira e trava a porta com a mão empurrando e abrindo ela de novo.
— Tá esquecendo nada não? — fala com a mão na porta, olho a minha volta procurando algo que ele tenha deixado pra trás mas não encontro nada.
— Deixou alguma coisa no quarto?
— Não, tá aqui na minha frente — agarra minha cintura e puxa meu corpo de leve a mão livre se encaixa no meu rosto me aproximando dele também, sinto sua língua quente em contato com a minha, dessa vez um pouco mais calmo do que todas as outras vezes durante a noite, fico aérea por sentir ele desse jeito, não dá pra negar quando ele me toca, meu corpo se acende instantaneamente, devagar ele separa nossos lábios e distribuí beijos pelo meu rosto seguindo até o meu pescoço — Bom dia gatinha — pousa um selinho nos meus lábios e logo sai.
Fecho a porta devagar e encosto nela tentando acalmar todo o meu corpo, mas nem preciso me acalmar quando abro os olhos e sinto o meu corpo gelar quando encontro meu pai na porta do quarto me observando.
— Bom dia gatinha — repete a frase dita a segundos atrás com sarcasmo, cruza os braços e me olha com aquela cara que ele sempre fazia quando descobria algo que eu fazia na infância.
— Oi pai — sorrio nervosa e me aproximo, abraço ele que beija o topo da minha cabeça — Como o senhor passou a noite?
— Pelo visto não tão bem como você.
— Poderia ter sido bem melhor — murmuro enquanto caminho para a cozinha em busca de um copo de água.
— An? — pergunta.
— Não, nada não.
— Alicia — continua me olhando com a mesma expressão.
— Paaai — falo sorrindo.
— Quem era o rapaz? — pergunta se juntando a mim dentro da cozinha.
— Um amigo — afirmo mesmo sabendo que ele não iria descansar até saber da verdade.
— Anda beijando seus amigos agora? — merda — E mentindo pra mim também? — porra.
— Não e não — respondo as duas perguntas — Ele é só... Ele é... — nem eu sabia o que ele era, como iria explicar isso pra alguém? — Lembra que eu te contei uma vez sobre uma pessoa que eu tinha conhecido, Caio — digo — É ele.
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Válvula de escape - [M].
FanficNão importa bem a definição, Por que vale mais o sentido, Daquilo que te ajuda a manter a lucidez, Parar não ficar por ai perdida, E cometer bobagens e estupidez, Para aguentar a rotina, Equilibrando corpo e mente, Que faça enxergar os detalhes...