Capítulo 08

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Alicia Medeiros ✨

Domingo, 16:50pm. 



Voltamos pra casa e ainda era cinco da tarde, não tínhamos nada pra fazer, o calor continuava intenso e nós estávamos deitadas na frente do ventilador que girava sem parar, fofocando sobre vários assuntos, ela me contou algumas coisas sobre os moradores daqui. 

Falou sobre as duas mulheres que tinham arrumado briga no baile e hoje estavam careca, contou sobre o quanto um tal de Lelo traí a mulher e o quanto ela defende ele e diz colocar a mão no fogo pelo alecrim dourado, também falou sobre a ex do Deco que foi embora do Brasil de um dia para o outro e listou varios outros babados que me fizeram rir e outros me deixaram boquiaberta. 

Quando ela terminou de contar todas as fofocas possíveis eu decidi levantar e ir arrumar minhas coisas dentro da mochila, separei uma calça jeans e um cropped azul pra vestir quando fosse a hora de ir embora. Ouço os passos rápidos entrando no carro e vejo Steffany correndo e pegando uma caixinha de som. 

— Vai pra onde furacão? — pergunto enquanto sorrio do jeito dela correr pela casa. 

— Acabar com esse calor da única forma que eu posso — olhei pra ela e esperei ela continuar falando — Banho de mangueira, bora?

— Não trouxe biquíni — gritei quando perdi ela de vista mas percebi a presença dela no banheiro bem ao lado do quarto. 

— Tenho aí se quiser usar —  ela coloca a cabeça pra fora pra falar — Mas eu vou usar calcinha e sutiã mesmo, lá em cima ninguém consegue ver nada não. 

Olhei o relógio no meu pulso, vi que era pouco mais de cinco e meia da tarde e pensei em como a água deveria estar gostosa e eu não estava mais suportando esse tempo abafado então decidi acompanhar ela. Subimos as escadas para chegar na laje e me livrei do short ficando apenas de calcinha e sutiã.

Me perdi no tempo, quando vi iria dar seis e meia e desci pra trocar de roupa, passei pro quarto enrolada na toalha, e encarei a calça jeans em cima da cama, com toda certeza eu iria cozinhar dentro dessa dela até o Deco chegar. Por sorte eu deixei um vestido vermelho levinho por cima das roupas na bolsa, peguei e deslizei ele pelo corpo ajustando pra ficar bem confortável. 

— Lici, vem comer — Silvia grita da cozinha e eu saio disparada até lá. 

— Saiu da água peixinho? — zoei Teff assim que passei por ela. 

— Minha mãe me obrigou — faz um bico e entra no quarto. 

Cheguei na cozinha e na mesa tinha uma forma com vários pães de queijo quentinhos e uma garrafa de guaraná. 

— Assim eu vou ficar mal acostumada e vou querer voltar sempre tia — digo e sorrio para a mulher de cabelos cacheados do outro lado da mesa. 

— Já falei que te quero sempre aqui, claro que é pra voltar — ela sorri de volta. 

Teff chegou e se juntou a mim, comi, não muito por conta do açaí de mais cedo e assim que dei o último gole de refrigerante ouvimos alguém bater na porta. Silvia se levantou para abrir a porta e quando abre, afasta dando passagem para ele passar por ela. 



Caio Coimbra (Deco)

Domingo, 19:03 



Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora