capítulo 49

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Caio Coimbra

Diferente de dias atrás os fogos lançados ao céu não são por um motivo ruim.

Antes mesmo de descer da moto, já ouço os primeiros disparos dos fuzis dos parceiros se misturando com os flash de luzes também la em cima, dou os primeiros passos para dentro da quadra e o caminho se abre formando um corredor para que o chefe, no caso eu, passe.
As músicas maneirinhas, várias mulheres dançando, os parceiros curtindo, bebida gelada e maconha de qualidade.

Subo direto pro camarote pra ficar na minha paz, tava aqui hoje só pra ficar na paz e curtir um pouco. Apesar da invasão de poucos dias atrás tava tudo sob controle, tava tudo nos conformes e ninguém aqui tinha com o que se preocupar, aumentei o número de soldados lá em baixo e à segurança de todo o morro estava reforçada garantindo o bem estar de todos e também dos meus negócios.

— E qual foi Pajé, tu não deu conta daquela novinha mesmo? — Pedrinho gasta com o moleque — Na tua idade eu já tava na ativa parceiro — O garoto fica todo sem graça, é o mais novo entre nós com dezessete anos, tá aqui pelo mesmo motivo de todos os outros, necessidade.

— Qual foi Pedrinho, para com essa porra — fala com o rosto todo vermelho cheio de vergonha — A mina tá metendo caô, fiz o serviço direitinho — Fala tentando reverter a situação.

— Qual foi moleque, vou ter que te dar uma aulas? — entro na brincadeira de gastar ele — Achei que tu já honrava essa porra que ta no meio das suas pernas caralho.

— Ihhhh — todos falam em uníssono.

— Ah, qual foi Deco todo mundo aqui sabe que tu ta na mão de uma dona só — o abusado mete essa pra cima de mim — A amiga da Teff tá te domesticando e tu tá fingindo que não tá vendo parceiro — boto pra rir na cara desse pivete.

— Como é? — só paro de rir pra dar um trago no meu baseado e beber um gole da minha cerveja — Ta pra nascer a mulher que vai mandar em mim parceiro — falo sério.

— Então mostra pra gente que o pai ainda tá na ativa — fala em tom de deboche e desafio — Prova aí que tu não tem dona — o garoto fala, fico calado e ele já começa a gargalhar — Ta vendo aí Decão, teu tempo já foi parceiro, ta velho já! — gasta comigo o filho de uma puta mirim.

— Vou te ensinar que eu não preciso abrir a boca pra pegar mulher — dou dois tapas nas costas dele — Olha e aprende.

Passo meus olhos ali mesmo pelo camarote e encontro a loira parada no bar acompanhada da prima, sorrio pra ela quando ela me olha, não precisava nem disso tudo e ela já está toda atiçada olhando pra cá, levanto uma das mãos e chamo ela, em menos de dois segundos ela já está na minha frente sem se importar com todos os outros caras ao meu redor.
Me levanto e cumprimento-à com um beijo no rosto ela sorri mais ainda, sento de volta onde eu estava e apoio a mão na sua cintura depois desço para as suas coxas e dou uma leve puxada para ela se sentar no meu colo, ela faz.

Olho pra cara do garoto a minha frente que fica de queixo caído vendo ela sentada no meu colo com aquele vestido minúsculo, apoio a mão na sua perna e sinto sua língua molhada no meu pescoço, aproveito e encaixo a mão na sua nuca e me preparo pra beijar ela mas antes dou uma última olhada para o Pajé que já nem olhava mais pra cá, ninguém olhava, ninguém dentro daquele camarote tinha os olhos em mim e na cena que eu estava fazendo com aquela loira meia boca no meu colo. Me esquivo do lábios grandes da Vitoria e levo meus olhos até onde todos os outros estavam fixados e acabo encontrando a Teff e aquele inferno de mulher bonita do caralho com um vestido prata que chamava a atenção de absolutamente todos naquele lugar.

Alicia Medeiros

— Agora eu estou com inveja — Steffany fala do meu lado.

— Por que? — pergunto enquanto a acompanho.

Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora