Capítulo 46

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Alicia Medeiros ✨

— Fica abaixada Cecília, não levanta — falo quando vejo a garota tentar olhar pela janela do carro oque estava acontecendo lá fora — Não levanta a cabeça.

— Alicia, os... — para de falar e se abaixa novamente — Alicia, eu vi eles —  me olha — Eles estão vindo — repete baixinho.

— Eles quem? — pergunto.

— A gente tem que sair daqui — fala ainda em um tom ameno, mas consigo ver o desespero na sua face — A gente tem que sair daqui agora, por que quando o confronto começar de verdade — balança a cabeça — A gente tem que sair daqui, agora — volta a dizer.

— Não tem como a gente sair daqui — falo.

— Tem, tem sim — levanta a cabeça pra olhar o que tava acontecendo lá fora de novo — Eu cresci aqui eu conheço esse lugar, sei como chegar na minha antiga casa rápido, mas a gente vai ter que correr um pouco.

— A gente não vai sair daqui! — nego — É perigoso.

— Vai ser pior se a gente ficar aqui esperando uma bala perdida atravessar o seu carro e matar a gente.

— Sim, é muito mais inteligente sairmos daqui e batermos de frente com o primeiro bandido que aparecer na nossa frente né garota.

— A casa onde eu morava fica a duas ruas daqui cara, a gente precisa sair daqui.

— Cecília, claro que nã... — paro de falar no mesmo momento em que vários tiros são disparados novamente, mas dessa vez mais alto.

— Eles tão vindo Alícia e nós estamos no meio — literalmente, estávamos na pracinha do morro — Do fogo cruzado.

— A gente não vai conseguir sair daqui e chegar lá sem tomar um tiro.

— A gente não vai conseguir ficar aqui sem tomar um tiro — passa a mão no rosto — Eu sei do que eu tô falando.

— Cecília.

— Alicia, são duas ruas — faz com os dedos — Duas! É só correr.

Errada ela não estava, não sei se sobreviveriamos se continuasse ali dentro do carro no meio da rua.

— Rápido — falo depois de pensar rápido — A gente tem que ficar bem, as duas.

— A gente vai ficar — afirma, pulo pro banco de trás junto dela — A gente só precisa correr o mais rápido que a gente conseguir — confirmo balançando a cabeça — Vamos? — novamente confirmo, ela olha para todos os lados e eu também, confirmo que não tinha ninguém por perto, pelo menos não que nós estivéssemos vendo a garota abre a porta do carro e nos saímos — Vem Alicia — ela agarra a minha mão e nos começamos a correr por um beco que tinha ali, assim que chegamos ao final dele ela para e nos olhamos para ver se não tem ninguém vindo, felizmente não tinha — A gente tem que passar por aquele beco alí e do outro lado a gente consegue chegar na casa da Teff — ela fala ofegando — Pronta? — concordo e nós atravessamos a rua correndo seguindo na direção da entrada em que ela disse que passaríamos.

Antes mesmo de conseguir entrar pelo pequenos corredor vejo homens armados apontarem no final da rua e os tiros começarem a serem deferidos mais uma vez depois de poucos minutos de pausa.

— Aí meu Deus — encostamos na parede do beco tentado nos proteger e nos abaixamos.

— Alicia vem, a gente já tá chegando — fala me puxando. Continuamos correndo tentado sair de mais aquele beco, dou uma olhada rápida pra trás pra me certificar de que ninguém apareceu e que ainda estávamos seguras até ouvir o grito assustado da garota e logo depois ver seu corpo cair no chão bem a minha frente — Aí — grita.

Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora