Capítulo 41

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*ESSE CAP CONTÉM GATILHOS DE ANSIEDADE, SE NÃO SE SENTIR BEM AO LER POR FAVOR NAO PROSSEGUIR*

Alicia Medeiros ✨

As últimas semanas foram complicadas e extremamente corridas.

Via meu pai tentando demonstrar que estava forte mas sabia que seu corpo estava cada vez mais debilitado. No hospital ele recebia os cuidados necessários para continuar se sentindo confortável, mas parece que depois que soube da doença o seu psicológico entendeu que ele estava realmente doente, ele perdeu peso rápido e cabelo também, mas fazia piada até mesmo com isso. 

Ele nunca deixava de ser ele.

Voltei ao trabalho mas sempre que precisava trocar com a minha mãe eles me liberavam e eu ia passar o dia com ele.

Era madrugada e eu estava na casa da Steffany mais uma vez, não conseguia ficar sozinha em casa, sentia uma solidão me consumir por inteira, só dormia lá quando a minha mãe dormia também o que era quase nunca por que ela não abria mão de ficar ao lado dele, mesmo estando exausta.

Steffany e Silvia tem sido meu porto seguro, elas tem me dado força todos esses dias, e apoio sempre que eu preciso e eu me sentia um peso pra elas.

Hoje o dia foi bem cansativo, precisei trabalhar e não consegui ir ver meu pai mas mesmo assim liguei pra minha mãe por chamada de vídeo e consegui conversar um pouco com ele.

Pronta pra dormir já estava deitada no colchão no quarto da Steffany e até peguei no sono rápido, mas sentia meu corpo pesado, mexia de um lado para o outro incomodada, acordei soando e me levantei indo na direção do banheiro pra jogar uma água no rosto, alguma coisa estava acontecendo comigo e eu não sabia o que era, subi até a lage para pegar um ar fresco. Assim que senti a brisa me atingir tentei inalar um pouco dela mas era como se todas as minhas vias estivessem bloqueadas, sentei em uma das poltronas acolchoadas que tinha ali e tentei me acalmar tentando respirar fundo , sem sucesso.

A cada segundo que passava sentia minha respiração mais pesada, sentia meu coração se apertando e acelerando, tentava puxar e soltar o ar mas não conseguia de nenhuma maneira. O peito ofegante subindo e descendo me dava um certo desespero.

Eu precisava me acalmar mas não estava conseguindo fazer isso.

Me recuso a chamar a Steffany e a Silvia, estou dando um trabalho imenso para as duas e não acho justo que elas se levantem para cuidar de mim durante a madrugada sendo que elas precisam acordar no outro dia cedo, mas estava começando a ficar insuportável toda aquela agonia, foi quando peguei meu celular e procurei pelo número dele nos contatos.


Caio Coimbra⚡

Ouço o barulho do meu celular ecoando pelo quarto, só então lembro que esqueci de colocar esse inferno no modo silencioso.

— Fala — atendi sem ao menos olhar o nome do contato.

— Caio — a voz era dela — Desculpa, eu não queria te incomodar mas — do jeito que falava parecia que tinha corrido uma maratona inteira por que nem ao menos conseguia finalizar a frase.

— O que foi? Tá tudo bem? — sento na cama.

— Eu não sei, eu não — respira fundo — Não tô conseguindo respirar direito.

— Você tá na casa da Steffany? — pergunto.

— Tô.

— Tô chegando aí.

— Não, não precisa sair de — respira fundo de novo — Não precisa sair de casa.

— Alicia, onde você tá? — pergunto, pelo barulho no microfone do aparelho parecia estar na parte externa de casa — Tu tá na laje?

Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora