Capítulo 23

1.3K 77 52
                                    








Caio Coimbra (Deco)
Quarta-Feira, 17:18pm. 

Tava tranquilo demais essa favela, nenhum problema na minha cabeça, tudo na paz, favela em paz o que é de estranhar. 

— Fala meu gato — TH entra dentro da minha sala acompanhado do Santos — Como está a minha outra metade da laranja? — pergunta depois de colocar o fuzil encostado na parede dou uma olhada pra ele mas não adianta nada, moleque é muito viado com esses papo pô. 

— Que lindo, eu sou o maior apoiador desse casal — Santos entra na onda do outro e senta em uma das cadeiras na minha frente. 

— Somos um casal lindão, não somos? — pergunta todo sorridente — Só perde pra mim com a minha preta por que aí não tem pra ninguém irmão.

— Ai namoral, vocês não tem nada pra fazer nessa porra desse morro a não ser torrar a porra da minha paciência?  

— Não — dizem juntos depois de se olharem. 

— Então eu vou arrumar — penso em alguma coisa pra tirar esses dois da minha frente — TH vai conferir como ta lá na endola.

— Acabei de sair de lá. 

— E os fogueteiros, estão todos nos pontos, sabem que não tamo podendo dar mole com o TCP na nossa... 

— Troquei o turno dos moleque tem — olha no invicta dourado que carregava no braço — Uns vinte minutos. 

— Caralho — Santos divide o olhar entre nós dois — Eficiente o nosso garoto. 

— Obrigada — olha de volta e estende a mão fazendo um toque com ele — Gosto das coisas bem feitas. 

— E descer pro asfalto pra cobrar quem tá me devendo?

— Então mozão — me irrita, esse moleque me irrita pra caralho — Aí já não era um serviço meu, mas — levanta o indicador e aponta pro Santos — O nosso parceiro aqui já fez isso também — Santos tira o envelope e joga em cima da mesa.

— Tá aí meu peixe.

— Pagamento tá todo certinho? — tiro do envelope e passo o dedo nas notas mas sem contar.

— Todinho — afirma — Hoje infelizmente eu não precisei meter a mão fuça e a glock no rabo de nenhum filhinho de papai, por que todos os drogadinhos pagaram certinho.  

— Maravilha, quantos mais eles vivem mais eles querem e mais eles devem.

Já que não tinha como mandar esses filha da puta fazerem mais nada hoje tirei três baseados e joguei um pra cada e ficamos ali batendo um papo de brother. Não confio em muita gente mas esses dois aqui sei que não vão me trair, Pedrinho também acredito que seja de confiança mas é muito pra frente por isso mantenho ele na linha. 

— Aí namoral, não vejo a hora de domingo chegar — Santos fala e aponta pro loiro — Finalmente esse pau no cu vai patrocinar alguma coisa pra nois. 

— Finalmente — concordo. 

— Ah, coé sei que tu tá querendo que chegue logo pra ver a loirinha lá — TH não perde tempo em tocar no novo ponto fraco do amigo.

Esses cara são emocionados demais com mulher, puta que pariu.

— Pô maluco apaixonou mesmo hein, que chá de buceta bom foi esse — solto a fumaça

— Pô irmão, mulher é um espetáculo ta ligado, toda perfeitinha, coração do bandido não aguenta não pai. 

— Porra to perdendo meus soldados, só vai sobrar eu e o Pedrinho solteiro no baile. 

Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora