Capítulo 44

1.2K 99 48
                                    

Caio Coimbra (Deco) ⚡

Olho o celular e vejo o nome do Dado na barra de notificação, abro a conversa com o velho pra saber o que ele queria mesmo sabendo que tinha marcado com ele mais cedo e que era sobre isso. Na real queria mesmo era que ele cancelasse essa porra e me deixasse descansar, passei a porra do meu dia resolvendo as merdas que esses funcionários fazem nos meus negócio e só de pensar em atravessar a cidade inteira pra ir até o Complexo Da Maré me deixa irritado.

Fala Decão — a voz dele começa a sair pelo auto falante do celular assim que aperto o play do áudio — Preciso de tu aqui as oito hein, surgiu um assunto que vai te interessar e precisa ser resolvido, não vai ramelar hein parceiro tô no teu aguardo — porra, achei que ia me dispensar mas tá e me pressionando pra aparecer lá. 

Qual foi irmão, já pisei na bola contigo alguma vez, porra? Vou aparecer ai, te dei minha palavra de sujeito homem que iria e eu vou porra — solto o microfone do áudio enviando a mensagem. 

Olho a hora na tela do celular e noto que já passava das seis, felizmente já tinha feito tudo que precisava fazer, tava tudo no seu devido lugar, todas as drogas foram distribuídas, as cargas estão sendo vendidas e agora era partir pra casa, tomar um banho e ir ver o que o velho tanto queria resolver. 

— Chefe — Pedrinho abre a porta e caminha pra dentro da minha sala com uma mochila em mãos — Tá aqui as coisas da garota que tu mandou buscar — coloca na cadeira. 

— Pegou tudo? 

— Tudo que eu encontrei naquele cubículo que achei que fosse dela eu trouxe — responde.

— Beleza, vou dar um jeito de mandarem entregar — ele concorda e vai saindo — E o tio dela? — pergunto. 

— Raul fez do jeito que tu mandou, uma hora dessas deve tá com a boca cheia de formiga — concordo — Mas todo sofrimento pra um filho da puta daqueles é pouco, bagulho louco essas pessoas que fazem esse tipo de coisa com os outros né — para de falar pensativo — Ainda mais com família garotinha mó bonitinho, toda fofinha, parece até um gnomo.

— Ih qual foi Pedro, abre o olho hein — já corto logo — Garota só tem dezesseis. 

— Tá maluco Deco, falei sem maldade pô. 

— Acho bom, parada feia pra caralho esses mano com trinta anos pegando as ninfa de quatorze. 

— Porra Deco — faz uma cara de ofendido — Eu também nem tenho tudo isso pô, tô só com vinte e cinco. 

— Mermo assim, vai caçar umas mulher da tua idade — nego — Garota é uma criança ainda. 

— Irmão mas eu nem falei nada.

— E é melhor não falar mesmo. 

— Vou meter o pé, tu tá criando coisa onde não tem  — nega com a cabeça — Tá ficando problemático hein truta — bate a porta e sai.

Eu também não demoro muito pra ir na direção da minha goma, já chego lá e jogo a mochila de roupa da garota dentro do carro, vou passar na Steffany e deixar lá pra ela entregar pra amiga. Subo pro quarto e já vou logo me livrando das peças de roupa que tava usando e entrando debaixo do chuveiro. 

Tomo um banho rapidão e saio enrolado na toalha, entro no closet procurando por alguma peças, visto uma calça, a camiseta com o jacaré destacando no peito, jogo o meu relógio preferido no braço e pego uns cordão que tinha tempo que não usava, calço meu tênis e quando vejo a hora percebo que estava ficando atrasado.

E se tem uma coisa que eu odeio, essa coisa é me atrasar para os meus compromissos. 

Pego a chave da evoque e saio de casa de novo, levo mais ou menos umas meia hora até chegar lá.

Válvula de escape - [M].Onde histórias criam vida. Descubra agora