MARY GREENE
Observo o teto quase toda a noite e depois adormeço. Não falei com Daryl desta vez, deixei ele descansar também, todos nós precisamos de descansar. Bem, sempre me dizeram que estar presa era uma experiência, há sempre uma primeira vez para tudo, e eu estou a experimentar isso mesmo agora.
Soube que era de manhã, pois a mesma música voltou a tocar. Uma música irritante que estoura os tímpanos a qualquer um. Eu me deitei longe da porta, lá se sabe se vêm outro maluco a me querer bater.
Eu disse bom dia para Daryl, com a cara na parede e Daryl também o fez. Segundo ele, de noite, vários homens passaram por aqui.
— Hora de acordar! — a nossa conversa foi interrompida por Dwight que abriu a cela de Daryl.
— Para de colocar a maldita música. — eu gritei.
— Não. — Logo Dwight responde e eu vejo a minha porta da cela ser aberta.
Pensei que seria Dwight mas estava enganada, bem na minha frente, estava Grace. Segurava tão forte no seu taco, que os seus dedos já estavam brancos. Olhei para os seus olhos e ela fechou a porta, ficamos as duas dentro da cela a nos encarar por uns segundos.
— Vou ser direta. — Fala rapidamente.
— Fala então.— eu reclamo. — O que é que eu fiz desta vez?
— Fizeste alguma coisa? Eu não sabia. — ela fala ironicamente e eu reviro os olhos. — Você e o Daryl vêm com o meu pai e os salvadores à nova comunidade.
— Vai ser um prazer. — eu a olho seriamente.
Me levanto e vou até ela.
— E se eu tentar fugir? — pergunto me colocando frente a frente com Grace.
— Como é que é?
— Você sabe, todos dizem que as minhas ideias são meias loucas, que ninguém deve seguir esta comandante. — ela me olha e abre a porta, me segurando no braço.
— Sem papas na língua, como sempre. — Grace me empurra para fora e fecha a porta, ainda sem soltar o meu braço.
— Cuidado com o braço. — eu reclamo e ela se vira para mim sem acreditar no que eu disse.
— Pensei que fosse mais forte, minha comandante. — As duas últimas palavras dela sairam com ironia e eu dou um sorriso falso e passa a minha língua nos meus lábios.
— És uma miúda maravilhosa! — eu digo e ela agarra na minha mão, me puxando até às escadas.
— Eu também te amo. — Ela fala e depois me ordena descer as escadas, até à saída.
Descemos as escadas e fomos até aos veículos onde estava Negan e uns salvadores.
Negan me olha ferozmente e aponta para um veículo. Acho que vou ir naquele. Parece um homem das cavernas, não sabe falar pra onde eu vou.
— A minha garota vai tomar conta das coisas por aqui.— Negan abraça a sua filha e lhe dá um papel.
— Onde está Thomas? — eu capto a atenção dele, que se vira para mim. — Não tocou nele, pois não?
— O teu rapaz está bem, não te preocupes.
Pela primeira vez, eu sinto que Negan está a dizer a verdade. Quando olho nos seus olhos, eu consigo ver felicidade, ódio, medo e até mesmo diversão. Mas neste momento, não consigo ver nada, os olhos dele não sentem nada.
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Love made us crazy
HorrorE se Maggie rhee tivesse finalmente encontrado a sua irmã gemea? Só que na pior situação da sua vida. Mary Greene, irmã gémea de Maggie, foi salva no início do Apocalipse por Negan, ficando ao lado dele até agora e não desistindo de encontrar a sua...