18- Mary, o monstro

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MARY GREENE

A manhã em Hilltop é algo diferente da manhã no santuário. Aqui as pessoas te dizem bom dia, fazem os trabalhos com gosto, o céu parece mais iluminado, o clima trazia uma brisa fresca, trazia uma bela sensação.

Mas hoje, o meu humor desapareceu bem rápido. Quando despertei, o sol iluminava bem o meu pequeno quarto e eu pude ver escrito em letras grandes na parede.

"TU ÉS UM MONSTRO"

Mas que palhaçada é esta!? Alguém entrou aqui durante a noite e escreveu isto. Calçei as botas e olhei ao redor, não havia sinal de arrombamento. O meu rosto ainda estava cansado,mas os meus olhos não enganavam, aquilo estava mesmo ali escrito. Agora é que eu não estava nada relaxada.

Com pouca delicadeza, eu abro a porta e caminho até à grande casa do centro, tiro as mechas castanhas do meu cabelo da minha testa. Eu arregaço as mangas da camisola e abro a porta com a minha mão, havia lá umas crianças que se assustaram um pouco, saindo para fora a correr. Noto que a porta do escritório de Gregory estava meia aberta e entro lá dentro sem avisar. A minha mão atinge a cara de Gregory com força, deixo uma marca na sua cara jumenta.

Gregory vai contra a sua mesa e arregala os olhos para mim, coloca a mão no rosto e nota que saí sangue da sua boca.

— EU SEI QUE FOSTE TU! SEU FILHO DA PUTA! JUMENTO! CRIA DO DIABO!  — eu ando até ele e Jesus me segura pela cintura.

— Tire ela daqui! TIRE ELA!!!

— SEU OGRO! SATANÁS! — a minha voz soa mais alto que tudo.

Jesus me leva para fora e só me larga quando eu me acalmo. Um silêncio percorreu.

—...posso perguntar o que foi aquilo? — Jesus pergunta.

— Que aconteceu!? — Maggie se aproxima com rapidez. Atrás dela, vinha Enid e Sasha. — Estás bem, Mary!?

Empurro a porta do meu trailer com os pés, os deixando ver a tal frase. Entraram um por um, ao princípio ficaram sem reação.

— O murro foi pouco.— Jesus disse ao analisar a frase.

— Só pode ter sido ele. — Maggie começa a falar. — Ele sabe que eras uma salvadora e que já mataste 37 pessoas de uma vez, queimas-te pessoas.

— Te está a tentar ameaçar. — Sasha fala.

— Eu o quero matar,isso sim. — eu falo, lançando um olhar para a casa.

Logo Daryl, Ben e Thomas aparecem. Thomas ainda tentou ir até Gregory mas eu o impedi. Ben ajudava Enid a limpar a frase.

— Deixem a frase por agora...por favor miúdos. Depois eu limpo. — eu pouso os panos que eles tinham na mão e os mando a todos para fora.

Pouco a pouco, eles são afastados do meu quarto. Eu fecho a porta e me sento na cama, umas gotas de lágrimas escorriam pelo meu rosto. Esta raiva toda não me fazia nada bem.

A porta se voltou a abrir e Maggie e Thomas entraram, se sentando ao meu lado.

— Nós ainda somos humanos. É normal chorar. — Ela disse e eu riu.

—Sim, ainda dá vontade dar mais um murro em Gregory.

Ficámos alguns minutos em silêncio,apenas ficamos de mãos dadas.

— Parece que a mãezinha se passou um pouco. — Thomas me olha já segurando a risada.

Eu começo a gargalhar e as lágrimas param de rolar.

Love made us crazyOnde histórias criam vida. Descubra agora