DARYL DIXON
Era de manhã e o sol me fez fechar os olhos com rapidez. Piscei várias vezes e olhei em volta. Mary já não estava aqui deitada.
— Mary?— eu a chamo.— Estás por aqui?
Me coloquei em pé e calcei as botas que pertenciam ao homem que cá estava. Mary ainda não respondeu até agora, por isso vou até lá fora.
Ela estava lá fora, menos mal! Pelo menos estava viva. Estava encostada numa árvore. De onde eu estou, só dava para ver as suas costas e a mão dela que estava com sangue.
— Estás bem? — eu pergunto. Mary se vira para trás rapidamente, ela se assustou comigo.
Ela não respondeu e se levantou, colocando uma mão na árvore para a ajudar.
Não tinha comido nada até agora e isso era preocupante. Ontem adormeceu tão rápido e hoje, acordou muito cedo. Será que eu deveria lhe ter contado mais tarde ?
Me lembrei de Glenn, de como o perdi. Não posso deixar que isso aconteça a ela, se ela morrer, vai ser a minha culpa, não consigo carregar o meu coração com mais culpa.
— Espero que estejas bem...Não foi a tua culpa.
Ela caminhou até mim e encostou um saco no meu peito. Eu o pego e o abro, vendo dois peixes lá dentro. Logo vi a mulher se deitar em cima do feno, a olhar para o teto sem falar nada. Caminhei pela madeira até perto dela e deixei um peixe para ela, o outro ficou comigo.
— O peixe está bom? Têm a certeza que se sente melhor?
— Pare de perguntar se estou bem,é um saco. — Mary fala na minha direção. Ela disse uma coisa mas a cara dela dizia outra coisa. Ela pegou no peixe e o pousou à minha beira. — Fique com ele, eu não o quero. Fui o buscar para ti.
A mulher para à minha frente e eu olho para as mãos dela. As suas mãos cobertas de sangue, de uma ponta à outra e em algumas partes era possível ver uns arranhões. Eu fiz um sinal com a mão para ela se sentar um pouco mas nada. Nem se mexeu. Fiz novamente um sinal e ela lá se sentou.
Mary virou a cara para o outro lado, e eu lhe dou um lenço.
— É só sangue e arranhões. — uma lágrima ainda caia do rosto dela enquanto falava.
— Mesmo assim,limpa a tua mão Greene. — ela pega no pano soluçando um pouco e se move lentamente, rastejando a bunda e ficando de costas para mim.
—...eu...obrigada pelo teu lenço.
—...Queres falar? — eu pergunto e ela olha para mim de canto. Volta a desviar a cara e balança a cabeça, dizendo não.
— Tudo bem.
Me viro para o outro lado, ficando com as minhas costas coladas nas costas dela.
— Não reclame. Não consegues falar cara a cara, podes falar comigo nesta posição, Mary.
— Deixa de ser besta. — ouço uma mini gargalhada do lado dela, de vez em quando ela soluçava. —Obrigada por me contar sobre a Maggie, eu estou de luto e por vezes te trato mal. Mas...a minha intuição diz que ela está viva. É so uma opinião, não leves tão a sério.
— Vocês são gémeas, podes ter razão.
— Yah.— ela fala e eu sinto a cabeça dela pousar na parte de trás do meu ombro. Se eu olhasse de canto, podia ver os seus olhos a olhar para cima.
Eu ia perguntar algo,mas paro. Hoje é o momento dela, tem de descansar. Comecei então a pensar no que iamos fazer, talvez consiga encontrar um cervo ou algum outro animal. Já não vou à caça à algum tempo.
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Love made us crazy
HorrorE se Maggie rhee tivesse finalmente encontrado a sua irmã gemea? Só que na pior situação da sua vida. Mary Greene, irmã gémea de Maggie, foi salva no início do Apocalipse por Negan, ficando ao lado dele até agora e não desistindo de encontrar a sua...