Capítulo 47

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Victor


- Meritíssimo, estamos aqui não para dá uma sentença, mas sim para decidir quem é o verdadeiro culpado deste caso. – Digo protestando em uma frase que o advogado havia dito.

- Aceito. – o juiz se pronuncía.

- Irei reformular a pergunta. Sr. Kennel, é verdade que o senhor estava no local em que aconteceu o crime?

- Sim, é verdade.

- E é verdade que o senhor ficou sozinho com a vítima?

- por um curto período, mas sim.

- e o senhor foi o último a ver a vítima com vida?

- Não, quando eu cheguei e senti o pulso ela já estava inconsciente e o coração já havia parado.

- sem mais perguntas excelência. – o advogado diz e volta ao seu lugar.

- Meritíssimo, meu cliente gostaria de fazer uma declaração. – Falo me colocando de pé.

- Protesto, excelência. – O advogado se levanta. – não  há necessidade de uma declaração.

- Negado! – O juiz diz e se volta para mim – Seu cliente pode fazer a declaração.

- Obrigado excelência! – Falei e olhei para o meu colega.


- Eu não gostaria de está incomodando ninguém, e por isso que serei breve em minhas palavras, eu só gostaria de deixar registrado que eu tenho certeza que assim como o Sr. Lazzano é culpado pela morte da vítima, eu também por tê-lo deixado sozinho com aquela moça e gostaria de dizer na frente de todos presentes que eu sinto muito por tê-la deixado com este homem.

- Meritíssimo o cliente do meu colega está fazendo declarações sem fundamentos, peço que retire isso dos autos.

- Por fim eu gostaria de mostrar a prova que comprova minha inocência. - Meu cliente diz e todos o olham.

- Senhor Kennel, que provas seriam essas? Não consta nos autos – o juiz pergunta intrigado e eu continuo sentado enquanto alguns caras trazem uma televisão com as imagens de uma câmera mostrando o momento em que meu cliente havia saído e o outro acusado entrou.

- Meritíssimo recebi essas imagens anônimas pouco depois do julgamento começar. – Falei e o juiz acenou com a cabeça.

- Então pode reproduzir o vídeo. – O juiz diz e o vídeo começa, ele é de uma câmera de um caixa eletrônico do outro lado da rua, todos se esqueceram dessa câmera e dá pra ver exatamente o momento em que kennel saí e o Lazzano entra e mata a moça.

Após verem as imagens que provam a inocência do meu cliente o tribunal vai a loucura. As pessoas que assistiam começam a falar e fica uma barulheira.

- ORDEM! ORDEM! OU MANDAREI RETIRAR TODOS DO TRIBUNAL! – o juiz brada batendo seu martelo e as pessoas se calam aos poucos. – Em torno das provas mostradas o tribunal dará um recesso e voltaremos para o veredito em duas horas.

O juiz se levantou e saiu assim como os jurados.

Peguei meu celular e mandei mensagem para minha irmã perguntando onde ela estava e se estava tudo bem, fiz a mesma coisa com a Emma. As duas responderam que estava tudo bem, Emma está no escritório e Giovanna está com Elisabeth no apartamento de Christian.

Estão seguras, ainda bem!

- o que você acha? Qual será o veredito? – meu cliente pergunta me encarando.

- ao que parece o vídeo foi uma boa jogada. – Falei um pouco distraído olhando ao redor.

- O que você está olhando? – Ele me pergunta olhando para o mesmo lugar que eu.

- Nada, eu só estou ansioso. – Menti.

Eu na verdade estava olhando o Local vendo se reconheço o rosto do homem que me abordou, mas ninguém se parecia com ele.

Saímos da sala e as duas horas de recesso demoraram a passar, as pessoas andavam pelo corredor enquanto nós estávamos aguardando dá a hora para ouvirmos o veredito do caso, analisei todos os papéis que estavam em minhas mãos, e peguei uma caneta para anotar algumas coisas nas margens do papel, quando comecei a escrever a primeira palavra nos chamaram de volta a corte.

- senhoras e senhores, todos de pé para o excelentíssimo juiz Oscar Wilde. – O guarda ordenou e todos se levantaram – Podem se sentar. – Ele disse assim que o juiz fez um sinal com a cabeça pra ele.

- no caso Kennel versus Lazzano. O tribunal de justiça decide por unanimidade absorção do senhor Omar Kennel. E decide acusar o senhor Antônio Lazzano de homicídio com prisão imediata. Ao senhor Lazzano será decidido uma nova data para a sentença. Algo mais a acrescentar advogados?

- Não excelência! – Falei.

- Não Meritíssimo. – o advogado do Lazzano fala.

- Promotor? – o juiz questiona olhando para o homem barbudo que passou boa parte do julgamento calado.

- Não senhor, excelência. – Ele diz.

- então...caso encerrado! – O juiz diz e finalmente saímos do tribunal.

Eu passo algumas informações para o Omar antes de ir embora e depois pego o carro em direção a minha casa.

Toda a preparação pra esse caso valeu a pena, foram dois dias de julgamento, com provas, testemunhas e muitos argumentos, eu estou psicologicamente cansado, depois de tanto tempo sem advogar.

Quando cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi subir para tomar um banho, assim que entrei debaixo da água gelada todos os músculos do meu corpo relaxaram, abaixei minha cabeça e deixei a água cair no meu corpo, eu acabei de ganhar o caso, mas não estou me sentindo vitorioso, só uma falsa sensação de felicidade.

Saí do banho e vesti uma cueca. A campainha tocou e eu peguei o roupão de banho e desci para abrir a porta.

- Entrega para o senhor Victor Moore. – o entregador fala olhando para um papel.

- Sou eu. – Respondi e ele me entregou uma caixa pequena. Assinei a entrega e fechei a porta.

Subi e deixei a encomenda no meu quarto, eu já sei bem o que é, encomendei a algumas semanas e só agora foi chegar.

Tirei o roupão e vesti uma bermuda, desci para a cozinha e abri uma garrafa de whisky, me servi de um copo e caminhei até a sala me sentando no sofá com o copo e a garrafa na mão, coloquei os pés encima da mesinha e fiquei saboreando minha bebida por um longo tempo.

Me assustei quando meu celular começou a vibrar e depois parou, o peguei e a campainha tocou.

Me levantei devagar e caminhei até a porta em silêncio, abri ela devagar e avistei um lindo sorriso em minha direção.

- Emma? O que faz aqui? –  perguntei surpreso com a visita.

- as noticias voam. Vim comemorar o seu sucesso no seu primeiro grande caso de volta. – ela diz mostrando uma garrafa de champanhe.

- É? – Cocei a cabeça abrindo mais a porta para ela entrar. – o que acha daquele jantar que está me devendo?

- Hoje não dá, foi de última hora, mas o que acha na sexta? – Ela pergunta sorrindo para mim.

- O que está tramando? – indaguei olhando em seus olhos.

- Nada, mas eu tenho que me arrumar, olha só como eu estou, eu acabei de sair da firma, e não vai dá tempo de ir em casa e me arrumar.

- Pra mim você está perfeita, mas está certa, hoje não dá, eu estou cansado, você está cansada, então vamos só ficar aqui e relaxar um pouco. – Falei a puxando para o sofá.

- tenho uma notícia pra te dá. – ela fala com um sorriso grande.

- Diga. – Respondi servindo um pouco de whisky para ela.

- Recebemos uma proposta de fusão com a Martin & Robinson aquela firma grande lá da Inglaterra, eles querem expandir conosco, eles mandaram representantes para vim marcar uma reunião com o Martin e a Robinson.

- Sério? Martin e Robinson? Eles são um dos maiores de toda Inglaterra. O que você respondeu? – indaguei animado.

- O que EU respondi? – Ela questiona me olhando curiosa.

- Sim, você é a sócia administrativa, você é responsável por tudo que diz respeito a parte administrativa.

- eu falei que aguardaria a visita deles. – ela diz e toma um gole da bebida.

- Sério? – sorri. Ela acena com a cabeça dando uma gargalhada. – Você  falou desse jeito com eles?

- Claro, eles não são nada de mais. – Emma dá de ombro e toma mais um gole da bebida. – Por que você ficou tão chocado?

- Eles tem um histórico quase perfeito, são Titãs dos advogados. – Afirmo com entusiasmo e ela ri.

- Você é fofo quando está empolgado. – Ela dá mais uma de suas gargalhadas gostosas e apoia a cabeça no meu ombro. – Mas se nós fecharmos com eles, você terá que ir pra Inglaterra.

Olhei para ela e sua expressão estava pensativa.

- É, e você vai comigo. – Respondi e ela continuou na mesma posição.

- O que? – Ela me olha por um instante.

- Você acha que vou te deixar aqui? Sem mim? – Questiono com um sorriso no rosto a fazendo ficar vermelha. – Não esquece do que eu já te disse, você é minha!

- Eu não sou...- tapei sua boca com um beijo.

- Para de falar besteira.  – Dei mais um selinho em seus lábios e ela se volta a mim – Você  é sim e pronto.

Suas covinhas aparecem novamente enquanto ela expande seu sorriso ao negar tudo o que eu disse.

- Tenho que ir para casa, mas a gente se vê amanhã? – Ela pergunta se afastando.

- Não! – Falei e ela me encara. – Você não vai embora, vai ficar aqui comigo, não sabe o quanto eu estava sentindo vontade de você.

- É sério, preciso ir, tenho um compromisso importante em casa. – Ela diz se levantando, mas eu a trago de volta para o sofá ficando sobre ela.

- Nem se eu pedir por favor? – Fiz uma careta para ela que logo começou a gargalhar. – Vamos, fique aqui comigo. Que compromisso é mais importante que eu?

- Eu queria, mas não posso. – Ela me dá um selinho e se levanta – vejo você amanhã.

Me levanto e caminho até a porta com ela.

- até amanhã, Wilson. – Falei tirando um sorriso de seus lábios.

- Até...Moore. – Ela saí desfilando até seu carro.

Fechei a porta dando um longo suspiro, tudo o que eu queria era que ela ficasse.

Que droga, eu sou um idiota apaixonado, o que essa mulher está fazendo comigo? Por que eu não a peço em namoro? Já estamos praticamente em um relacionamento, por que não? Ah droga! Eu vou enlouquecer e é tudo culpa dela.

Me deitei no sofá e continuei com meus questionamentos na medida em que fui ficando bêbado.



























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