O HELICÓPTERO AGUARDAVA no heliporto do terraço quando Sarah e Bel chegaram. Sarah se despediu apenas do diretor do hospital, ignorando os que o rodeavam. Estava concentrada em Bel, que parecia tão convincentemente em choque que Sarah estava preocupada.
Elas entraram, sentaram, e Sarah colocou o cinto de segurança em Bel.
- Pra onde vamos? - perguntou Bel, baixo, quando Sarah se inclinou perto dela.
- Meu pai orientou os pilotos. Não se preocupe.
- Você não sabe.
- Falta pouco, Bel. Calma.
Sarah ocupou o lugar ao lado da amiga, prendeu os cintos e deu o ok aos pilotos. Decolaram em seguida para uma viagem de trinta minutos, que pareceu eterna para Bel. Sua impaciência crescia a cada instante e, impedida de usar recursos mentais, Sarah precisava argumentar e pedir calma. Anabel, por seu lado, não se sentia nada calma com a situação e muito menos com o mistério. Como assim, Sarah não sabia para onde iam?!
A solução de Sarah para essa parte do problema foi simples: perguntou aos pilotos. Eles informaram que o advogado Samuel os instruíra a levá-las a uma pista de decolagem particular muito discreta, na qual um jatinho as esperava.
- Espero que consigamos chegar antes da mídia, doutora Duran. Eles são rápidos e estão famintos por notícias. Devem ter gente vigiando todos as pistas de decolagem e heliportos próximos, devido ao heliporto do hospital. São notícias mundiais, doutora, infelizmente. Eles não vão poupar esforços.
Ao sobrevoarem a pista, viram veículos de duas grandes empresas de notícias retidos do lado de fora. A segurança fora reforçada.
- Pousaremos ao lado do jato, doutora Duran. As senhoras devem embarcar imediatamente.
- Eu não vou entrar em jato nenhum se não souber pra onde vou! - avisou Bel a Sarah, num sussurro irritado.
- Entre no jato e eu respondo. Prometo.
Bel examinou os olhos firmes e azuis da amiga. Falavam a verdade.
- Muito bem. Eu entro no jato. Mas nada de decolagens antes de eu ter a resposta.
- Combinado.
Apesar de serem poucos metros entre o helicóptero e o jato, quatro homens estavam prontos para escoltá-las de um veículo ao outro.
Um tripulante uniformizado as aguardava e, ao seu lado, estava uma mulher com roupas formais que fez Sarah suspirar de alívio. Bastava de segredos.
A mulher curvou-se ligeiramente para Sarah, numa mesura elegante.
- Alteza, a tripulação responde ao Lorde de Moolna. Ele se encarregará da superfície a partir desse ponto.
- Excelente, oficial. Bel, não precisa mais fingir. Estamos entre amigos.
- Alteza? - repetiu Bel.
- Pois é, eu avisei que não era disco voador, mas era estranho. Lila mandou um marcador?
- Um marcador de portal. - A mulher entregou a Sarah um cristal verde, e Sarah se voltou para Bel.
- Nós vamos pra casa de Lila, onde Rafa está. No Império Atlante. - A pedra brilhou intensamente na mão de Sarah, e uma área oval de luz surgiu na parede da cabine. - E vamos por esse portal. Agora.
Sem dar chance de Bel dizer uma palavra, Sarah segurou com firmeza o pulso da amiga e passou pelo portal, puxando-a atrás de si.
***
BEL TROPEÇOU na saída do portal, confusa com a mudança abrupta de referenciais. Estava em um quarto claro, lindo e iluminado completamente desconhecido e, à sua frente, estavam Deila e Aldaret, os filhos de Lila. Usavam roupas estranhas e pareciam muito solenes.
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Olho do Feiticeiro
Viễn tưởngJá há dias o brilho e as cores do Talismã se intensificavam. Rei, rainha e princesa se revezavam na vigilância até que, depois de seis longos anos de silêncio, o Talismã abriu-se ao contato. O Rei chamou a esposa e a filha; assim, os três integrante...