124. CÚPULAS

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Desculpa aí a pausa maior do que o combinado, gente.

Teve visita da filha e dos netos de Cuiabá,

e os assuntos de família tiveram prioridade!

Beijos e boa leitura.

(Não se preocupem, eles não voltam tão cedo.

Infelizmente.)

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AS CÚPULAS ERAM POLARIZADAS; qualquer luz entrava, mas luz alguma saía. Isso as tornava bolhas negras ancoradas no fundo do oceano, invisíveis a qualquer tecnologia superficiana que eventualmente sobrevoasse aquela área.

De dentro dos subs, viam apenas mar escuro e centenas de pontos luminosos que pareciam plâncton dançante – os trabalhadores que se atarefavam nas cúpulas parcialmente construídas. Os instrumentos indicavam a localização e proximidade da Cúpula 1, a única com atmosfera, mas os olhos não viam nada além do negrume da profundidade. A tripulação do sub indicou aos seus ilustres passageiros a localização exata das Cúpulas 2 e 3, mas não havia nada que pudesse ser visto.

– Apesar do enchimento de duas cúpulas ser um evento memorável, creio que não haverá muito a ser visto, majestade – disse pomposamente o capitão do sub imperial.

– O menino não nos traria até aqui para isso.

– O menino é um Reis, majestade. Sua lógica não funciona como a nossa.

***

JOSEPH REIS NADOU rumo à Cúpula 3, a mais próxima. Sua velocidade na água era assombrosa, mas não havia ninguém perto o suficiente para ver. Reduziu a velocidade ao se aproximar da cúpula, passou pelas comportas e entrou no interior brilhantemente iluminado.

Sem perguntas, homens e mulheres abriram caminho para o menino. Estavam acostumados a abstrair sua idade e receber ordens tão sensatas quanto as de qualquer adulto. Em muitas ocasiões, ordens extraordinariamente inteligentes e complexas que poucos adultos poderiam dar. Para eles, Joseph não era um garoto. Era um Reis.

O menino foi direto para a central de controle. Suas ordens foram mais uma vez exatas: verificar os sistemas de segurança, conectar os tubos de ar às cúpulas, emergir sua parte superior. Evacuar as Cúpulas 2 e 3. Toda a equipe devia manter distância durante a substituição da água pelo ar.

Os trabalhadores sabiam que aquelas estruturas estavam prontas para receber atmosfera. Esperavam apenas a decisão dos Reis. Apesar de acharem que o Reis adulto supervisionaria o processo, não discutiram com o Reis filho.

Através de comunicadores e estalidos, as instruções foram repassadas a todos. O menino estava ocupado no console do equipamento principal, numa veloz troca de senhas. Ao terminar, o sistema de polarização estava desligado.

Os que estavam dentro das cúpulas olharam com admiração os diversos subs dourados da Ilha de Relana.

Os que estavam nos subs soltaram manifestações de admiração e assombro. As cúpulas agora cintilavam como joias multicores... e eram gigantescas. Estavam muito mais perto do que imaginavam. Aliás, o capitão logo recebeu ordens de se afastar, por medida de segurança.

Joseph deu todas as instruções aos capatazes e retornou ao sub onde estava o príncipe Julian. As cúpulas tinham sido exaustivamente revisadas e testadas durante as últimas semanas. Estavam perfeitas e o enchimento deveria acontecer sem sustos. Mas, se um imprevisto acontecesse, seu lugar era junto ao príncipe de Relana. Era a vida dele que devia assegurar. A qualquer custo.

Olho do FeiticeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora