113. ESPIONAGEM?

245 24 5
                                    

Personagens esperneando, como sempre.

Mas saiu um capítulo bonitinho com mais de 2.000 palavras!

*****************************************************

BEL HAVIA SELECIONADO pontos da Terra onde a gravidade apresentava maiores desvios em relação à média e calculado a órbita capaz de monitorar a maior parte deles. Agora abria mapas, estatísticas e cálculos na mesa, diante de Sarah e Darah, assim como as plantas de um pequeno satélite.

– O satélite está em fase de finalização – disse Trovão, principal encarregado daquela parte do projeto. – Toda a documentação para o lançamento está pronta e autorizada. Vocês precisam apenas definir se a órbita vai ser realmente esta, ou se há necessidade de mudanças. Ainda temos tempo para modificações.

Sarah concentrou-se no satélite, analisando o projeto.

– Por que não incluíram os sistemas indiretos de medição gravitacional? Seria muito mais conclusivo termos os dados gravitacionais e os da oscilação das células de armazenamento de energia simultaneamente.

– Lembramos disso, Sarah, mas não achamos seguro – respondeu Maria Clara. – Com tantas naves indo e vindo entre a Terra e a estação espacial, há mais de duas dezenas de satélites monitorando e medindo variações gravitacionais com toda a tecnologia disponível. São medições indiretas, como você acabou de dizer, mas se tornam dia a dia mais exatas. Ou seja, temos esses dados à disposição sem precisar coletá-los diretamente.

– Então, optamos por usar as medições oficiais em vez de fazer as nossas – prosseguiu Bel. – Porque construir um satélite pequeno, associando instrumentos de monitoramento gravitacional e as células de armazenamento de energia, e colocá-lo na órbita alta onde ficam os satélites de pesquisa de Enrique...

– ... Poderia dar a ele ideias que não queremos que tenha – concluiu Sarah. – Ele saberia do lançamento do nosso satélite, e das características dele?

– Enrique sabe de tudo que vai para a órbita alta – explicou Rafa. – O motivo oficial é que aquilo está lotado de equipamento dele; então, saber de tudo que vai pra lá evita acidentes. O verdadeiro motivo é não estar a fim que ninguém descubra um jeito sair da Terra com segurança antes dele.

– E a parte pior é que ele vai saber que o satélite é nosso. – Bel bufou, contrariada. – Tudo que se refere a espaço passa pelo nariz xereta de Enrique. Carl até disse que havia boas chances de conseguir camuflar a verdadeira identidade do satélite, mas não podia dar certeza absoluta. Então, achamos melhor assumir que o satélite é mesmo nosso do que arriscar a Enrique descobrir que estamos fazendo lançamentos sigilosos. Um satélite oficial vai deixá-lo no mínimo bem intrigado e curioso, porque sabe que estamos trabalhando com Carl no projeto da escola. Um satélite secreto ia dar a ele certeza de que estamos com algum trunfo escondido, e não queremos que ele comece a pensar demais. Essa descoberta precisa ser nossa!

– Ele tem condições de saber todos os instrumentos que o satélite vai levar?

– Oficialmente, não. Extraoficialmente, temos certeza que sim. Então, vamos colocar lá dentro só o que todo mundo coloca: aquilo que é afetado pela misteriosa radiação espacial desconhecida.

– A única alternativa seria adiarmos o lançamento do satélite em cerca de um ano – disse Maria Clara. – E esperarmos até a base de lançamento da escola estar operacional. Só desse jeito Enrique não saberia que tipo de satélite estaríamos colocando em órbita.

Olho do FeiticeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora