87. EM SENIRA

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Alegrem-se. Hoje são mais de 3.500 palavras!

Boa diversão!

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UMA SEMANA PASSOU, e Sarah precisou arrancar Enrique dos seus estudos das leis imperiais e do treinamento físico para irem a Senira.

– Queria porque queria ir a Senira, e agora não quer mais?!

– Mas, Sarah...!

– Tente ser um pouco menos insuportável, Enrique! As leis e as espadas não vão fugir! Antes não podia ver uma espada e agora não pode passar um turno sem treinar com uma?!

– Mas é que estou pegando o jeito, o fluxo do movimento...!

– Se você começar a falar em fluxos de sei lá o quê, daí mesmo é que vou me aborrecer! Chega de mas. Vá se trocar, saímos em uma hora!

– Mas...!

– Enrique!

Ele foi se trocar, com a cabeça presa ao modo como o fluxo se comportava no movimento das espadas. A mistura do previsível e do imprevisível tornava lutar uma arte... Uma arte com fluxo!

Bastou colocar o primeiro pé em Senira para as espadas e os fluxos da luta se distanciarem, apagados pelo encanto brilhante do Palácio. Era incrível! O céu de Senira parecia mais azul do que qualquer outro, o mar parecia mais transparente, as plantas pareciam ter cores que não existiam em outros lugares... E Lila estava cada vez mais linda, a ponto de Enrique ficar olhando para ela de boca aberta. Levou um cutucão de Sarah capaz de quebrar costelas, que só não foi seguido por mais um porque Denaro chegou. Sarah ficou de boca aberta para o seu ex-guarda, que estava mais encantador do que nunca!

– Eu acho que você tem todo o direito de tentar quebrar as costelas dela como ela acabou de tentar quebrar as suas, Enrique! – opinou Lila. – Dá pra parar de olhar meu companheiro deste jeito, ô criatura sem noção?!

Era algo tão típico da Lila de outros tempos que todos desataram a rir, até mesmo Sarah, vermelhíssima. Como nunca tinha percebido antes que Denaro era tão charmoso?!

A conversa desviou para o costume superficiano de lua-de-mel. Lila, maliciosa, conseguiu deixar Sarah e Enrique sem jeito diversas vezes. Denaro apenas ria, e Sulon logo se eclipsou, deixando as Linhagens falarem à vontade.

– O pessoal deles acabou de chegar – disse Lila, referindo-se aos Ramasi, a família de Denaro e Sulon. – Incluindo uma prima afastada que tem vindo com muita frequência, e que Sulon tem esperado com muita ansiedade! Logo vamos ter mais um compromisso na família Ramasi, e bem do jeito que eles gostam: um Ramasi com outro Ramasi. E aí eles vão ter um monte de filhos, porque tem mais um monte de primos e primas afastadas que eles precisam conhecer, e assumir compromisso, e ter mais filhos, e assim por diante!

– Você pretende ter um monte de filhos? – perguntou Enrique.

– Eu bem que gostaria e a gente tem treinado direitinho – disse Lila, sorrindo para Denaro. – Mas não sei, não. Faz um bocado de tempo que Senira tem uma princesa só por geração. Estamos nos preparando para mimar demais a nossa princesinha, quando ela vier!

– Já escolheram o nome?

– Na verdade, sim. – Denaro sorriu. – Deila. É um nome de que Lila e eu gostamos.

Era o nome da mãe de Denaro, mas, como ele oficialmente era um Ramasi e não havia Deilas na família, o jeito era deixar por nome de consenso.

– E se for menino?

Olho do FeiticeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora