32. VOU ACEITAR O CONVITE.

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DEPOIS DE POUCOS MINUTOS, Sarah empurrou o rapaz, ofegante e rindo.

– Chega! O sinal de alarme já está soando!

– Mas eu não fiz nada! – Enrique ergueu-se nos cotovelos, olhando sua linda namorada de costas na areia. – Quer dizer, nada de tão grave assim!

– O problema, meu caro companheiro, não é o que você faz, é o que eu imagino! Você mesmo já constatou que tenho uma mentalidade bem suja, e é a esta mentalidade suja que desencadeia a pancada!

– Espera aí, quer dizer que você pensa e eu tomo a porretada?! Isso não é justo!

– O mundo não é justo! – Sarah sentou, rindo. – É sério, Enrique, precisamos tomar muito cuidado MESMO!

– Você é que vai precisar tomar cuidado com o que pensa, porque eu só estava beijando você, e acariciando você e... Hm!

– É, suas mãos são bem rápidas! Portanto, mãos nos bolsos. Ou melhor, mãos na bagunça que fizemos ali no piquenique. Está na hora de começar a juntar as coisas pra voltar.

Juntaram e arrumaram tudo na mochila de Enrique e retomaram a trilha, subindo devagar. Chegaram ao topo da crista rochosa quando o Sol tocava o mar. Sarah parou e abraçou Enrique. O mar estava ainda mais fantástico do que no primeiro dia, reluzindo como se houvesse um arco-íris mergulhado em suas ondulações.

– Sabe, Enrique, quando vim aqui a primeira vez, prometi a mim mesma que voltaria com meu companheiro... – Sorriu para o rapaz. – E agora você está aqui!

– E eu, que só queria uma namorada, agora tenho namorada, um reino, uma profecia...

– Previsão!

– Ou isso! – Enrique riu. – É muito bonito aqui em cima... Acho que nunca tinha visto pôr-do-Sol como esse. Sabe, eu também tinha planos pra esse passeio, mas não tive chance de colocar em prática. Agora está parecendo uma boa hora.

– Planos? Que planos?

Enrique abriu a mão, mostrando um par de alianças douradas.

– Esses planos.

Ali, tendo como fundo as cores deslumbrantes do mar e do céu, Enrique se ajoelhou, tomou a mão de Sarah e perguntou:

– Aceita oficialmente casar comigo, apesar de toda a confusão que nossa vida vai ser?

– Não posso pensar em melhor parceiro para enfrentar toda a confusão comigo!

Enrique fez a aliança, um simples e reluzente aro de ouro, escorregar para o dedo delicado da garota. Sarah derrubou-o no chão com um beijo entusiasmado.

– Eu é que devia perguntar se você aceita partilhar toda a confusão comigo, Enrique!

– Com confusão ou sem confusão, eu amo você, princesa! – Entregou a aliança a ela. – Sua vez!

No chão mesmo, um tanto embolados, Sarah colocou a aliança no companheiro e beijou-o mais uma vez.

– Isso não deveria, sei lá, ser feito de uma forma mais... cerimoniosa? – conferiu ele, com a garota nos braços.

– Vamos ter nossa cota de cerimônias, não se preocupe! – Sarah colocou a mão ao lado da dele, olhando as duas alianças juntas. – São lindas, Enrique!

– E tem mais uma coisa. Vamos sentar, daí eu consigo pegar no bolso.

Sentaram, Enrique tornou a pegar a mão de Sarah e colocou, junto com a aliança, um belíssimo anel de ouro, brilhantes e uma grande água-marinha tão azul quanto os olhos da garota. Sarah ficou fascinada com a delicadeza da joia.

Olho do FeiticeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora