Capítulo XXXVII

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 John foi levado para a enfermaria às pressas e, como o médico pediu para que não entrasse por ainda estar em choque, me lembrei de um detalhe muito importante.

 Me desvinculei dos braços de Finley para correr até o quarto de John já chamando o nome de Eva pouco depois de cruzar a porta.

 O alívio encheu meu coração quando a vi saindo debaixo da cama para vir correndo até mim e, no mesmo instante que ela pulou em meu colo, segurei-a em meus braços.

— Tá tudo bem, meu amor. - deixei um beijo em seu rosto - Alguém entrou aqui?

— Não. - suspirei em alívio e a menina analisou minha roupa - Isso é sangue? - engoli seco - O que aconteceu lá?

— Bom, é que... - meus olhos se encheram de lágrimas outra vez, mas tentei me manter firme - O John foi ferido em combate!

— Ele tá bem? - perguntou explicitamente preocupada.

— Levaram ele pra enfermaria. Vão cuidar dele lá! - tentei sorrir.

 Eu queria muito transmitir confiança pra ela, mas é difícil fazer isso quando não se tem certeza da situação.

— Ayla, nós vamos embora mesmo? - perguntou com o semblante triste.

— Até ontem eu tinha certeza que iríamos, mas hoje eu já não sei, princesa. - me sentei na cama colocando-a sentada ao meu lado - Acredito que muitas coisas vão mudar agora.

 Sem nada a dizer, Eva apenas escorou a cabeça em meu corpo e eu abracei-a em resposta. Ficamos um bom tempo sentadas ali enquanto eu acariciava seu cabelo carinhosamente, mas o período de paz foi interrompido quando Adam apareceu na porta do quarto de repente.

— Ayla, estão chamando você.

— O que houve? - perguntei.

— É o John! - meu coração acelerou novamente.

— Fica com ela pra mim? - perguntei ao me levantar e ele assentiu - Já volto, tá?! - Eva confirmou com a cabeça.

 Me direcionei até a enfermaria com a maior rapidez possível, mas confesso que fiquei com medo da notícia que iria receber.

 Quando cheguei, me deparei com um dos médicos do lado de fora conversando com Finley e, pela expressão de ambos, o assunto não era dos melhores.

— O que aconteceu? - perguntei.

— O corte foi fundo demais, ele tá perdendo muito sangue. - o médico explicou com calma - Não dá pra fechar o ferimento desse jeito!

— Deve ter alguma outra coisa que vocês possam fazer. - sugeri - Qualquer coisa.

— Me desculpe. - o médico respondeu cabisbaixo.

— Finley? - apelei para os sentimentos do imediato que parecia mais desolado que eu.

— Não há o que fazer, Ayla. - afirmou com os olhos carregados - Nem mesmo os médicos vêem solução.

— Então, vamos deixá-lo morrer? - perguntei incrédula - Simples assim?

— Você tem alguma solução? - perguntou ao levantar levemente o tom de voz - Se tiver, essa é a hora perfeita para dizer.

— Vamos levá-lo a Ekom! - falei depois de pensar um pouco - Na minha tribo existem curandeiros, eles podem ajudar.

— Não sei se seria uma boa ideia. - médico afirmou - O capitão está muito fraco, não acho que ele suportará uma viagem dentro da mata.

— Mas, essa é nossa única opção. - falei esperançosa para o homem depois encarei o imediato - Finley, o médico mesmo disse que não há nada que possam fazer, ele vai morrer se ficar aqui, mas temos uma chance se o levarmos até Ekom. - meus olhos ficaram marejados - Por favor, nós temos que tentar.

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