Capítulo XXXXII

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 Fiquei sentado naquela porra de maca sem saber o que fazer.

 Eu não queria esperar horas até Adam e Joseff aparecerem, ia demorar demais, por isso decidi que iria até a praia. Por mais que tivesse de esperar lá, seria melhor que ficar aqui.

 Como pude ser tão burro?

 A Ayla deixou claro incontáveis vezes que não sente nada por mim, nem nunca mencionou seu passado antes, já devia esperar que seu coração tivesse dono.

 Por que fui me apegar tanto, droga?

 Era só ter trazido ela até aqui e pronto, fim da história, mas não, o otário teve que se apaixonar.

— Você tá me ouvindo? - me surpreendi ao olhar pro lado e vê-la me encarando - Caramba, em que dimensão você tava?

— Na pior delas. - falei desviando o olhar.

— Nem vou perguntar o porquê. - comecei a fechar os botões da minha camisa que a Ziza havia pedido para abrir - Enfim, a Nala preparou um café da manhã incrível de boas vindas, com comidas típicas e frutas. - suspirou ao sorrir - Como senti saudades disso. - continuei concentrado no que estava fazendo - Eu trouxe um pouco pra você!

— Deixa aí. - falei sem olhar o prato em suas mãos.

— Tá bom. - disse enquanto abaixava os braços antes estendidos de forma animada - Você não tá com fome? - perguntou receosa e eu neguei com a cabeça - Mas, precisa comer, seu corpo ainda está fraco e...

— Cadê a Eva? - interrompi sua fala ainda sem encarar seus olhos.

— Tá brincando com as minhas sobrinhas.

— Pode chamá-la pra mim? - franziu o cenho.

— Agora? - assenti - Mas ela começou a interagir com as meninas agora.

— Quero falar com ela antes de ir embora! - sua feição animada mudou drasticamente.

— Embora? - questionou preocupada - Por que?

— Você já sabia que eu iria, era só questão de tempo, Ayla.

— Tá, mas pra quê tanta pressa assim? Você nem se recuperou direito.

— Já me sinto bem melhor, consigo recuperar o resto que falta com os médicos da tripulação. Inclusive, agradeça a Ziza por mim. - terminei de abotoar a camisa e me coloquei de pé - Pode chamar a Eva, por favor?

— Será que podemos conversar antes disso?

— Não acho que temos algo a ser conversado.

— Pois eu acho o contrário. - suspirei impaciente - O que tá acon...

— Por que mentiu pra mim? - interrompi sua fala novamente e seu semblante mudou.

— Do que você tá falando?

— Ontem a noite, quando perguntei se você tinha a intenção de voltar pro seu ex noivo, você negou. - expliquei já um pouco alterado - Por que mentiu pra mim, Ayla?

— M-mas, eu não menti. - gaguejou - Não tenho intenção de voltar para ele.

— E o que vocês fizeram ontem, enquanto eu estava dormindo nessa droga de tenda? Em? - sua feição demonstrou surpresa - Eu interpreto como um sinal contrário do que você disse.

— Como você...

— Não interessa como fiquei sabendo. Como teve capacidade de fazer isso com seus sobrinhos, Ayla? Com sua própria irmã? - joguei uma das mesas à nossa frente no chão - QUE TIPO DE RAINHA TRAI A PRÓPRIA FAMÍLIA?

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