Capítulo 4

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Maiara narrando.

Uma semana que nossas férias começaram e desde então não falei um dia se quer com a Marilia. Todas as mensagens que a enviei não tiveram respostas.

A uma semana atrás quando estávamos voltando do show que havíamos feito no rio, ela acordou mais cedo e veio embora antes de nós. Eu não entendi muito bem, apesar de saber que ela estava magoada comigo. Tentei ligar e falar com ela mas só caia na caixa postal e foi assim desde então.

Estou pela casa procurando minha irmã. A parte ruim de morar em um lugar extremamente grande.

Pensei que ela estaria em seu quarto, mas quando entrei no mesmo não havia ninguém.

Desci as escadas imaginado que ela poderia está na sala ou em nossa sala de cinema, já que os dias da Maraisa de férias se resume em assistir série e filme.

Passo em todos os lugares que imaginei encontre ela, até me dar conta de uma voz vindo do nosso jardim. Quando sigo até o mesmo vejo a Maraisa no celular falando com alguém. Assim que me próximo um pouco mais me dou conta de que é a Marília.

Me aproximo da Maraisa e assim que a Marilia vê que eu estou próximo demais, ela se despede e desliga a chamada de vídeo sem nem ao mesmo esperar uma resposta.

— Irmã, você ma assustou. - Maraisa diz se virando pra me olhar.

— Parece que não foi só você. - Me sento ao seu lado. —Cara, ela nunca mais vai falar comigo?

— Eu não sei, vocês tem que se resolverem. - Ela diz.

— Eu já perdi as contas de quantas mensagens eu já enviei pra ela. E nem uma ela respondeu.

— Irma, ela te ama. Mas não vai ficar se machucando por isso. Você disse que não estava preparada, ela só tá te dando espaço pra pensar.

— Mas ela é minha melhor amiga, não deveria ficar tão longe assim.

— É, mas agora você tem que lembrar que ela é sua melhor amiga, mas no momento está magoada com você. Não é só sobre ela te amar, mas você não teve o cuidado que ela sempre teve com você.

— Eu sou uma monstro então.

— Para de falar assim de você. Você não é! Só está em uma fase ruim.

— Não sei mais o que faço, eu tô com tanta saudade dela. - Falo triste.

— Você fica aqui se lamentando. Se sente tanta saudades dela assim porque não vai até a sua casa?

— Pra ela me mandar embora?

— Você parece realmente não conhecer a Marília.

— Por conhecer que eu falo isso. Quando ela está com raiva ela não quer saber.

— Mas ela está magoada é diferente.

— Tá bom irmã, eu vou pensar.

— Hoje ela vai ficar sozinha em casa. - Ela diz rindo.

Penso na possibilidade de ir até a casa da Marília. Já é fim de tarde então resolve me arrumar, mesmo sem ter certeza se irei e que se for serei atendida.

Até ter meu corpo tomado por um pico de coragem eu então descido ir. Pego as chaves do meu carro e sigo pra casa da Marilia.

Paro o carro em frente a sua casa e fica de dentro do mesmo encarando a sua porta. Ensaio inúmeras vezes o que vou falar e como chegarei até lá.

— Vai Maiara! O máximo que pode acontecer e ela te xingar. - Falo pra mim mesmo e então saio do carro.

Sigo até a porta e aperto a campainha. Não demora muito e vejo a loira mais lindo que existe abrir a porta.

— Oi?! - Falo sem jeito.

— O que você quer? - Ela diz seca.

— Eu não posso entrar?

— Não sei se é uma boa

— Vamos conversar, por favor.

— Maiara..

— Por favor. - A interrompo.

Ela abre passagem pra que eu entre em sua casa e em seguida fecha a porta. Caminhamos em silêncio até a sua sala e nos sentamos no sofá.

Coloco o meu celular que está em minhas mãos em cima do sofá próximo ao meu corpo e a olho. Ela me olha e não diz nada.

— Eu tô cansada de ficar brigada com você.

— Não estamos brigadas.

— O que é que está rolando então? Porque se isso não é está brigada eu não sei o que é.

— Maiara, eu só preciso de um tempo pra colocar a cabeça e os sentimento no lugar. E te ver o tempo inteira não iria me ajudar nisso. Eu entendi que você não está aberta a ter algo agora e muito menos comigo. Então, eu só quero ficar as minhas férias tranquila. Chega de drama na minha vida. Já basta tudo que estou sentindo, eu não quero me sentir mal por te amar e te deixar sem jeito a ponto de não conseguir ser sincera comigo. Nós não somos assim.

— Eu não consigo me abrir. E eu sinto muito por isso.

— Mai, você não é assim. Quando não sabia dos meus sentimentos você sempre se abria comigo, eu sempre sabia como você se sentia em relação a algo que te incomodava ou não. Mas agora você não diz nada. Você apenas recua quando vê que é demais. - Ela me olha. — Eu não te culpo por isso. Eu até entendo. Mas eu não posso abrir mão de mim o suficiente pra não me reconhecer mais. Eu te amo e isso não mudou. Mas pra que nossa amizade não seja desfeita, eu realmente preciso de um tempo pra pensar.

— Eu não te culpo. Eu realmente te entendo.. tenho problemas demais pra lidar agora também. E não quero estragar o que poderia ser bom pra gente.

— Maiara, tá tudo bem. Não precisa tentar me consolar com essas coisas. Eu aceito que não teremos nada. Eu não me declarei a você pra te obrigar a corresponder meus sentimentos embora eu quisesse muito. Mas eu sempre te respeitei e te dei espaço pra dizer e fazer o que realmente quer...

Somos interrompidas pelo som do meu celular. Tento ignorar mas ele não para de vibrar. Olho pro mesmo e vejo no visor várias notificações de mensagem.

"Linda, você tá melhor hoje?"
"Fiquei preocupado com você ontem."
"Me ligou chorando mas depois sumiu. Se precisar de algo me ligar. Eu sempre estarei aqui se você precisa. "
"Desculpa ter errado com você. Mas ainda te amo."

Olho as mensagens sem entender muito e vejo a Marília olhando pro meu celular. Sei que está perto o suficiente pra que ela consiga ler cada palavra que foi enviada ali.

— EU REALMENTE DEVO SER UMA OTARIA PRA VOCÊ MAIARA! - Ela diz brava.

— Não é isso.

— Você pode ir embora, por favor.

— Marília, deixa eu te explicar.

— Sério, eu juro que eu imaginei que você não seria otaria dele de novo. Maiara, faz meses que ele sumiu. E você está conversando com ele como se nada tivesse acontecido? Na boa Maiara. Só vai embora, eu não quero te ver e nem ouvir falar de você por um tempo. Me deixa no meu canto, não me procura.. por favor. É um favor que você vai me fazer fazendo isso.

Eu a olho tentando explicar o que estava acontecendo e ela não dá bola. Ela levanta do sofá e vai até a porta a abrindo pra que eu saia. Me levanto do sofá e passo por ela.

— Marília..

— Tchau, Maiara!

Eu mal saio e sinto a porta ser batida atrás de mim.

Reaprendendo a amar. - Mailila. Onde histórias criam vida. Descubra agora